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Inflação é problema no mundo emergente, diz HSBC

Leandro Modé - O Estado de S.Paulo

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Por Redação
Atualização:

O Brasil é apenas mais um entre os principais países emergentes a enfrentar problemas sérios com a inflação. Mas, diferentemente da maioria de seus pares, registrou no primeiro trimestre de 2011 uma alta da produção industrial e da atividade no setor de serviços. Essas são as principais conclusões de um relatório que o banco HSBC divulga globalmente hoje e foi obtido com exclusividade pelo Estado. O chamado Índice de Mercados Emergentes produzido pelo banco aponta desaceleração do ritmo de crescimento entre os emergentes e afirma que a inflação é uma ameaça generalizada. "Estamos num momento crítico onde os responsáveis pelas decisões de política econômica tomam fôlego e esperam que suas decisões possam domar os preços", afirma, na apresentação do trabalho, o economista-chefe mundial do HSBC, Stephen King. O índice geral caiu de 55,7 pontos no último trimestre do ano passado para 55 pontos. Apesar da desaceleração, o economista-chefe do banco no Brasil, André Loes, lembra que qualquer número acima de 50 indica uma situação positiva. O índice do HSBC leva em conta a produção da indústria e a temperatura da atividade no setor de serviços. Dos países que formam os chamados Brics, Brasil, Rússia e Índia tiveram expansão da atividade de um trimestre para o outro, enquanto a China apresentou forte desaceleração. Dos quatro, a Índia é o país que mantém o indicador no nível mais alto. Brasil. Loes está no grupo de analistas que projetam uma expansão ainda forte da economia brasileira em 2011 (4,7%). Essa avaliação é corroborada pelo resultado específico do País no primeiro trimestre. O índice subiu de subiu de 50 pontos para quase 55 pontos no intervalo. Uma das principais razões para o desempenho, observa Loes, é a conjuntura positiva no mercado de trabalho. "Nenhum país latino-americano tem uma situação tão apertada no mercado de trabalho quanto o Brasil", afirma. "Pelas nossas estimativas, a taxa de desemprego "ótima" (ou seja, que não provoca inflação) estaria ao redor de 7,6%. Hoje, está em 6,2%." Por isso, ele se mostra receoso quanto à estratégia do Banco Central (BC) de trazer a inflação de volta para o centro da meta de 4,5% apenas em 2012. Hoje, o IPCA, utilizado pelo governo como referência para a meta, está rodando em 6% nos últimos 12 meses. Alguns analistas afirmam que, no meio do ano, o índice vai superar o intervalo superior da meta, que é de 6,5%.

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