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Quem paga o seu?

A hora da reforma política

A mãe de todas as reformas é a reforma política; é hora de o país se unir em torno do básico que une os moderados de todos os lados e mudar os rumos, para que em 2019 tudo seja diferente.

Por Eduardo Zylberstajn
Atualização:

Cresci ouvindo as gerações mais velhas reclamarem do Brasil ser sempre o país do futuro e o futuro nunca chegar. Pois bem: chegou.

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A crise atual (independente da queda ou não de Michel Temer) marca o final da república de bananas. Lula, Aécio, Cunha, Renan... todos cairão cedo ou tarde. A pergunta (e a resposta) que importa para as pessoas de bem é o que surgirá no lugar.

Se você acredita que a Lava-Jato é fruto exclusivo do suor de meia-dúzia de heróis, então possivelmente você está pessimista. Alguns bandidos se foram, mas outros tomarão seus lugares e a roubalheira, tão enraizada em nossa cultura, continuará a mil.

Mas, se você acredita, como eu, que a Lava-Jato é na verdade o resultado de uma evolução enorme de nossa sociedade, ou seja, que é ela um dos frutos de nosso amadurecimento, então há motivos para sermos otimistas. Isso não tira, claro, o brilhantismo de todos os que estão contribuindo diretamente para passar o Brasil a limpo. Ora, se eles são uma expressão de nossa vontade como sociedade, então devemos comemorar (e muito) o fim da Politeia das Propinas - e nos organizar para o que virá depois.

A quem conduzir o governo até o final de 2018 deve haver somente um único objetivo: a reforma política. Não faz sentido passar por tudo isso para daqui a 18 meses termos que votar nos mesmos candidatos, da mesma forma de sempre, com os mesmos resultados.

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Essa reforma deve, ao mesmo tempo, tornar as campanhas mais baratas, porque sem as contribuições empresariais a chance de dinheiro ilícito financiar candidatos aumenta muito (sim, estou falando também do PCC). Além disso, precisamos que os eleitos sejam de fato representativos dos seus eleitores (o barateamento das campanhas ajuda, mas não é suficiente). Isso tudo, obviamente, com menos partidos.

Apesar de achar fundamentais as reformas trabalhistas e da previdência, penso que toda a energia do país deve primeiro ser focada na reforma política. Até porque parece ser mais fácil unir os moderados dos vários lados do debate político em torno dela do que nas demais reformas. Sem ela, corremos o risco de continuar mergulhado nesse caos que parece não ter fim.

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