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De Wall Street

Mesmo com consumidor mais cauteloso, EUA devem ter melhor Black Friday em 3 anos

A expectativa é que as vendas cresçam 4,1% neste final de ano no país e movimentem US$ 617 bilhões; funcionários do Walmart prometem fazer greve e protestos

Por ALTAMIRO JUNIOR
Atualização:

NOVA YORK - A Black Friday nos Estados Unidos deve começar não na sexta-feira, como o nome da principal data anual do comércio no país sugere, mas já na tarde desta quinta-feira e a expectativa é de que o volume de vendas seja o maior dos últimos três anos, de acordo com projeções da Federação Nacional de Varejo (NRF, na sigla em inglês). Embora com o consumidor mais cauteloso e ainda preocupado com os rumos da recuperação da economia dos Estados Unidos, a aposta é de crescimento de 4,1% no comércio neste final de ano.

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A Black Friday marca o início da temporada de vendas de final de ano. A NFR espera que as vendas em todo período, que inclui também o mês de dezembro, movimentem US$ 617 bilhões, expansão de 4,1% ante 2013. O crescimento deve ser o maior dos últimos três anos e o dobro da média anual dos últimos dez anos, que ficou em 2,9%. As vendas pela internet devem crescer entre 8% e 11% na comparação com 2013, segundo levantamento da Shop.org, que pesquisa o comércio eletrônico.

Considerando só as vendas da Black Friday, na sexta-feira, uma pesquisa da corretora ConvergEx Group, feita nos últimos dias 18 e 19 com analistas e economistas em Wall Street, mostra que 69% deles esperam crescimento de, ao menos, 2% no período.

A razão para o maior otimismo com as vendas é que a economia dos EUA está em situação melhor agora que nos últimos anos, destacam economistas. Outubro foi o nono mês consecutivo com criação de postos de trabalho acima de 200 mil vagas e a taxa de desemprego caiu para o menor nível desde 2007. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu mais que o previsto pelos economistas e os índices de confiança dos consumidores estão nos maiores níveis em sete anos. Outro fator favorável é a queda dos preços da gasolina nas últimas semanas, que ajuda a aumentar a renda disponíveis dos americanos.

"Comparado com um ano atrás, as famílias americanas chegam para as vendas de final de ano com uma situação financeira que parece estar em melhor forma, menos endividadas, com mais renda disponível e melhor perspectiva para o mercado de emprego", afirmam os economistas do Morgan Stanley, Ellen Zentner e Paula Campbell, em um estudo do banco sobre a Black Friday. Apesar de persistirem incertezas sobre os rumos da recuperação da economia, a avaliação do banco é de que o aumento da renda deve se traduzir em mais gastos com consumo a partir desta sexta-feira, embora de forma mais cautelosa.

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Nesse cenário, o presidente da NRF, Matthew Shay, avalia em uma teleconferência com a imprensa que o consumidor, preocupado com o futuro da economia, vai ficar ainda mais sensível aos preços do varejo nas promoções da Black Friday. Mesmo assim, a NRF aposta que os gastos vão ter o maior crescimento desde 2011, por conta do maior poder de compra das pessoas. A própria alta das bolsas, que vêm batendo sucessivos recordes, ajuda a aumentar a sensação de riqueza dos americanos, que costumam investir bastante em ações.

As vendas de final de ano chegam a representar 20% do faturamento anual das grandes redes varejistas dos EUA - por isso a competição costuma ser mais acirrada neste período. Grandes redes do país, como Walmart, Target, BestBuy e Macy's vão abrir as portas prometendo os descontos da Black Friday já a partir das 18h desta quinta, que é feriado nos EUA, por conta do dia de Ação de Graças. A campanha publicitária sobre as promoções vem sendo agressiva e intensa, com anúncios o tempo todo na televisão e em jornais e revistas. A Target, segunda maior rede do país, anuncia, por exemplo, uma TV LCD HDTV de 29 polegadas por US$ 79.

Greve - Os funcionários do Walmart, maior rede de varejo dos EUA, prometem fazer nesta sexta-feira greves e protestos por salários mais altos em lojas da empresa em ao menos seis Estados do país, de acordo com oOur Walmart, organização que representa os funcionários. Entre os Estados, estão Califórnia, Wisconsin, Louisiana, Flórida e a capital Washington. A rede varejista destaca que este tipo de iniciativa já ocorreu em outros anos e que a adesão costuma ser baixa.

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