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De Wall Street

Primeiro caso de ebola em Nova York gera curiosidade e mobiliza autoridades

Frente do prédio onde mora o médico infectado ficou cheia de curiosos, que fizeram até selfies no local. Prefeito da cidade pegou metrô para mostrar que não há riscos de contaminação

Por ALTAMIRO JUNIOR
Atualização:

A confirmação do primeiro caso de ebola em Nova York gerou mais curiosidade que preocupação na população e mobilizou autoridades na cidade e no estado vizinho de Nova Jersey para evitar na região a sucessão de erros que ocorreu em Dalas, no Texas. Por lá, duas enfermeiras foram contaminadas pelo vírus por causa dos vários procedimentos errados das autoridades de saúde logo após a descoberta do primeiro infectado pelo vírus.

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Em Nova York, vários curiosos pararam ontem na frente do prédio onde mora o médico Craig Spencer, de 33 anos, no bairro do Harlem, em Manhattan. Além de vários jornalistas, principalmente de redes de televisão, era comum ver pessoas fazendo até selfies ou tirando fotos do local, que tinha até barras de isolamento. Uma moradora que aceitou dar entrevista disse que estava mais preocupada com a saúde do médico do que com o risco de contrair a doença no local. Outro morador que falou com os jornalistas nem sabia que o médico contaminado morava no prédio.

O prefeito e o governador de Nova York e de New Jersey passaram a sexta-feira em entrevistas coletivas, mostrando os esforços que estão sendo feitos para evitar que novos casos apareçam na cidade e minimizando os riscos de que Spencer possa ter contaminado mais gente. Além disso, eles se reuniram também com autoridades federais para discutir eventuais novas medidas. Ontem à noite, anunciaram uma quarentena obrigatória para pessoas que chegarem de viagem de áreas com alta incidência do ebola.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, falando em inglês e logo depois em espanhol em uma entrevista, afirmou que o ebola não se transmite facilmente. "Não há motivo para alarme. É extremamente difícil pegar o ebola", disse, falando que a população não precisaria mudar seus hábitos por causa da confirmação do primeiro caso da doença na cidade. O prefeito pegou até o metrô na tarde de ontem para mostrar que não há riscos em usar o transporte público.

O médico contaminado usou três linhas de metrô nos últimos dias, uma delas para ir de Manhattan ao Brooklyn na última quarta-feira, onde foi em um boliche. O governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, também afirmou que as chances de pessoas que tenham estado no mesmo vagão que o médico são muito baixas, sobretudo porque quando o médico usou o metrô a doença ainda não havia se desenvolvido. Mesmo assim, sua namorada e mais dois amigos são mantidos em quarentena.

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Autoridades do setor de saúde visitaram o restaurante em que Spencer comeu, que fica no Village e que foi fechado para inspeção e limpeza. O boliche no Brooklyn também foi fechado, inspecionando e liberado para ser reaberto ontem à noite. O apartamento em que o médico mora foi logo cedo ocupado por uma empresa especializada em limpeza e esterilização. As mesmas autoridades também afirmaram que estão procurando por qualquer pessoa que tenha tido contato mais próximo com o médico infectado.

Spencer colabora com a ONG Médicos Sem Fronteiras e contraiu o vírus do ebola quando estava na Guiné, para ajudar a controlar a disseminação da doença por lá.

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