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Crônicas, seguros e um pouco de tudo

Opinião|ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O SEGURO

A aritmética, os três mosqueteiros e o seguro...

Atualização:

A genialidade da operação de seguro, que faz com que, há mais de quatro mil anos, seja a mais eficiente forma de proteção social desenvolvida pelo homem é a simplicidade. Hoje, com as tabelas e cálculos atuariais, equações de computador, estatísticas sofisticadas, gráficos, imagens virtuais e outras ferramentas utilizadas para chegar ao preço de uma apólice, é difícil entender, mas na base da eficiência do seguro estão as quatro operações aritméticas.

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Seguro é soma, multiplicação, subtração e divisão. E sua função é a proteção da sociedade. Não há outra forma de se entender a operação. O único sentido do seguro é a preservação dos integrantes e da capacidade de atuação de um determinado grupo social. E isso é conseguido de duas formas: através do pagamento das indenizações e da utilização dos recursos da seguradora para o financiamento dos investimentos necessários ao desenvolvimento social.

A operação de seguro se baseia na soma da contribuição proporcional aos riscos de cada participante do grupo para a criação de um fundo destinado a fazer frente aos prejuízos que alguns integrantes irão sofrer, em função da ocorrência de eventos pré-determinados.

Através da adesão ao fundo, a força de cada participante se multiplica várias vezes, passando a ser suficiente para fazer frente a prejuízos que individualmente a pessoa não teria condições de suportar.

A subtração acontece no momento do sinistro, do evento que causa prejuízo a um ou mais integrantes do grupo. A perda sofrida representa uma diminuição patrimonial ou da capacidade de atuação da vítima do evento.

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É aqui que o seguro mostra sua genialidade: os prejuízos sofridos não são suportados apenas pela vítima direta do evento, mas divididos entre todos os integrantes do grupo, de forma proporcional aos riscos de cada um.

Em outras palavras, o seguro pode ser definido pelo grito de guerra dos "Três Mosqueteiros": um por todos, todos por um.

É a mais inteligente forma de proteção social desenvolvida pelo homem porque a perda sofrida por uma pessoa é repartida proporcionalmente, de acordo com a capacidade de custeio e o risco de cada um, pelos integrantes do grupo ou, levando-se à última consequência, é a sociedade repartindo entre si as perdas individuais, de forma a não penalizar excessivamente os seus integrantes atingidos pelos azares da vida e assim viabilizar o seu desenvolvimento harmonioso e equilibrado.

Mas, além de garantirem a proteção do patrimônio através do pagamento das indenizações, as seguradoras atuam como financiadoras do desenvolvimento. Através da aplicação de suas reservas elas possibilitam o uso de recursos bastante significativos para custear investimentos de longo prazo, notadamente as obras de infraestrutura, essenciais para o desenvolvimento social.

Atualmente, a operação de seguros é feita através de companhias específicas, normalmente sociedades anônimas, ou mútuos com autorização para assumir riscos. Estas empresas são fortemente fiscalizadas e o mercado de seguros é um dos mais regulados do mundo, o que faz todo o sentido, na medida em que as seguradoras movimentam somas vultosas de recursos nem sempre seus.

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Importante salientar que as reservas técnicas das seguradoras pertencem aos segurados e só podem ser apropriadas pelas companhias depois do fechamento do balanço do período, quando a seguradora afere se ganhou ou perdeu dinheiro e transfere para si o saldo da operação.

Em função dos avanços tecnológicos, as seguradoras se valem cada vez mais de ferramentas de gestão que lhes permitem precificar com incrível exatidão o prêmio de cada apólice.

Por conta da incrível sofisticação das diferentes atividades empresariais, do aprimoramento dos bancos de dados e da capacidade de processamento das informações sobre cada setor, sobre o segurado e sobre o objeto do seguro, a seguradora chega ao preço puro correto para cada risco, cabendo a ela adicionar ou não outras variáveis que determinarão o preço final do seguro.

Opinião por Antonio Penteado Mendonça
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