Fernanda esteve presente no SXSW deste ano, representando a Natura no painel "Experience Design, the New Marketing Era". Como parte da plataforma Brazil Inspires the Future, o painel foi apresentado pela Holding Clube e, além de Fernanda, contou com a participação de Tatiana Wlasek, sócia-diretora da Storymakers, e representantes da HBO e Louis Vuitton, que discutiram a nova era do marketing - como marcas desenvolvem ações de experiências que geram engajamento e conexão emocional e duradoura com seus consumidores.
W: Porque participar do SXSW? Pessoal e profissionalmente.
F: O SXSW oferece a possibilidade de seus participantes vivenciarem diversos contextos de futuro no agora. É uma profunda reflexão sobre sociedade atual e como nós podemos ser cidadãos melhores em uma civilização tão complexa - além do que, qual legado podemos deixar para o planeta e para as próximas gerações. O evento também amplia as possibilidades de fazer novos contatos, expandindo sua rede de relações.
W: Quais foram as principais tendências que você viu por lá?
F: Uma das tendências que mais me chamou atenção foi como as grandes inovações surgem de tensões socioeconômicas. Esse contexto impulsiona diversas discussões. Uma das mais recorrentes foi como o sistema de Blockchain e as Criptomoedas podem transformar as transações financeiras. A meta é tornar as transações econômicas mais transparentes e com menos intermediários, possibilitando o desenvolvimento de comunidades locais e pequenos empreendedores. As empresas também ganham com isso quando entendem o seu papel em meio a essa transformação. Quando as marcas olham para o futuro e adotam causas e propósitos, conseguem mobilizar seus consumidores. Se trata de reforçar seu storytelling a partir do storydoing - ou seja, "ser, agir e falar".
O vice-presidente de marketing da Pepsico, Todd Kaplan, e a diretora criativa da agência digital R/GA, A. J. Hassan, reforçaram essa ideia. Eles expuseram a importância de marcas terem propósitos. Falaram sobre o "Seja, Faça, Diga". É importante ser autêntico e refletir valores, agir de forma concreta e transformadora e, por fim, comunicar para engajar mais pessoas em um movimento de transformação e impacto positivo.
W: Qual foi a melhor sessão da qual você participou? Por quê?
F: "How to create at the speed of feed", ou seja, "Como criar na velocidade do Feed de Notícias" com Andrew Kellee, diretor criativo do Facebook. Ele abordou a importância de criar movimentos de marca conectados com interesses da audiência. Ele defende que a conversa nas redes sociais não é mais sobre as marcas ou o que elas querem disseminar, mas sobre o que conecta e engaja pessoas, em torno de causas e propósitos em comum.
W: Como foi a experiência de participar como speaker no maior palco de inovação do mundo?
F: Foi uma experiência muito rica de troca com todos os membros da mesa. Principalmente, porque pude apresentar um conteúdo novo para uma audiência estrangeira, pois falei sobre o programa Natura Musical que há 13 anos apoia a música brasileira. Nesta participação confirmei que nós brasileiros temos muitas histórias inspiradoras para compartilhar, sobre nosso jeito de encontrar soluções criativas e com propósito para gerar mais experiências de marca e maior engajamento. Grande parte da audiência não conhecia a Natura e o programa Natura Musical e o SXSW proporcionaram a oportunidade de contar a história de nossos valores e como a música impulsiona a construção de marca junto aos nossos consumidores.
W: Depois de tantas informações e experiências inspiradoras, como transformar esta inspiração em ação?
F: Testar os aprendizados na prática é a melhor maneira de potencializar o impacto e reverberar para públicos, além dos participantes do SXSW. No ano passado, a partir de algumas referências bem-sucedidas de dar voz a pessoas de diferentes origens, regiões e pontos de vista, realizamos um "hackaton" (uma maratona de criação) durante o SPFW (semana de moda de São Paulo). A ação resultou na criação coletiva de um mosaico de beleza e em um desfile colaborativo feito por 16 pessoas que representavam a diversidade. A ação foi um sucesso, e certamente foi uma maneira de gerar inovações a partir das inspirações do SXSW.
W: Como as marcas e empreendedores brasileiros podem inspirar o futuro?
F: A nossa essência sócio-cultural dá muitas pistas sobre isso: temos capacidade de trabalhar em redes, inovar a partir de contextos desfavoráveis, inspirar futuros a partir de criatividade e conexões. As marcas que conseguirem se conectar com este espírito brasileiro e criar condições para a inovação, vão inspirar gerações!