A produção industrial em março apresentou um avanço de 1,4% sobre fevereiro. Pode parecer um crescimento expressivo, mas não dá para tirar essa conclusão. Não chegou nem a compensar a forte queda de fevereiro em relação a janeiro, que foi de 2,7%. Em 12 meses, a produção industrial recuou 9,7%, um número que reflete o tamanho da tragédia que se abateu sobre o setor produtivo.
Embora já tenham aparecido as primeiras informações sobre certa recuperação da confiança por parte do empresário, ainda não se pode dizer que a prostração tenha chegado ao fim ou esteja perto disso. A recessão continua forte e a perda de poder aquisitivo da população se acentua.
Há certa expectativa de que a provável mudança de governo consiga reanimar o ambiente de negócios. Mas será preciso que, primeiramente, o consumo se recupere para dar consistência ao novo estado de espírito.
O indicador mais preocupante entre os que foram apresentados nesta terça-feira, 3, pelo IBGE está a forte queda da produção de bens de capital (máquinas e equipamentos). No primeiro trimestre, o tombo foi de 28,9% e no período de 12 meses terminado em março, foi de 28,3%. Isso mostra a baixa disposição dos empresários ao investimento.