Na mesma direção, as vendas a prazo caíram 1,46% em 2016, segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas. Nesse caso, porém, a redução foi menos intensa do que a observada em 2015, o que pode significar algum ânimo para 2017.
O que se espera, no entanto, para o novo ano não é nenhuma virada no comportamento do consumidor. Depois de um período difícil de digestão das dívidas assumidas no período de crédito abundante, é natural que ele permaneça arredio a assumir compromissos mais pesados - até porque o desemprego continua firme e forte.
O que pode aliviar a situação é o uso dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quitação de dívidas - e, por tabela, alguma folga no orçamento para uma volta, ainda que lenta e tímida, ao consumo. O governo decidiu liberar integralmente os saques das contas inativas do FGTS, sem qualquer limitação de finalidade. É de se esperar, mesmo assim, que o uso prioritário seja para zerar ou pelo menos reduzir dívidas, tendo em vista o custo proibitivo de carregar débitos não honrados no prazo.
Qualquer efeito da liberação do FGTS, no entanto, só deve aparecer no cenário econômico lá pelo segundo trimestre do ano: o calendário para saques será divulgado em 1º de fevereiro e obedecerá a data de aniversário dos trabalhadores.
EM TEMPO: pode até ser que neste ano a crise tenha reforçado essa característica, mas sinceramente não me lembro de um Natal que não tenha sido "das lembrancinhas". Assim como não me lembro de um Natal em que o consumidor não tenha ido às compras na última hora. Será que o oposto um dia vai virar notícia?