Não me espantou tal tragédia ocorrida em São Gonçalo, já que é sistemática essa desatenção da Ampla com a manutenção da rede elétrica. Apenas para citar dois casos recém ocorridos comigo, morador na rua Celso Dias Gomes, praia de Piratininga, em Niterói.
Na noite do dia 30 de dezembro, um curto circuito na rede elétrica de baixa voltagem queimou e destruiu um poste de madeira que também sustenta a rede de alta voltagem. Inúmeras tentativas de avisar a concessionária foram infrutíferas. Meu vizinho, cuja casa fica em frente ao referido poste teve que chamar os bombeiros.
Na impossibilidade de combater as chamas devido à rede elétrica não ter sido desligada pela concessionária (avisada pelos bombeiros), houve o rompimento do poste pela metade. Ele ficou sustentado pela rede de alta voltagem que então se desligou automaticamente. O reparo foi realizado apenas na tarde do dia 1 de janeiro com prejuízos de comidas estragadas e aparelhos danificados nas casas do entorno.
No dia 4 ocorreu o mesmo na rua vizinha à minha: outro poste de madeira queimou e o curto daí decorrente desligou a rede elétrica que até o momento no foi reparada.
São inúmeros casos que se podem contar a respeito da falta de manutenção da rede elétrica por parte da Ampla. Alguns resultam em perdas materiais e outros em perda de vida, como em São Gonçalo.
Onde está a fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)? A contas de luz não param de aumentar, a taxa de fiscalização da Aneel nos onera ainda mais, e ficamos à mercê do azar. Falamos de empresas e agências reguladoras. Acho que temos de responsabilizar também os diretores da Aneel e o de manutenção da Ampla (ou que cargo tenha com essa responsabilidade).
O Ministério Público tem que agir para enquadrar tais casos como homicídio qualificado e exigir punições exemplares. Empresas e Agências têm responsabilidade pelos ressarcimentos materiais, mas seus Diretores devem responder criminalmente por esses danos, e até assassinatos.