O cartão de crédito não pode e nem deve ser usado como financiamento de compras. Se o consumidor embarcar no crédito rotativo, dificilmente conseguirá arcar com juros estratosféricos e abusivos, segundo uma pesquisa feita pela Proteste. Os cartões Ibicard chegam ao absurdo de 617,34% de Custo Efetivo Total ao ano. E o Santander Free, 560,03% anual.
Ou seja, os juros do rotativo, fazem com que os valores iniciais multipliquem-se várias vezes, e é óbvio que o consumidor não terá condições de arcar com estes juros e multas, em uma negociação leonina.
É lógico que o cartão pode ser um aliado como organizador das finanças, permitindo concentrar grande parte dos pagamentos numa mesma data, mas se for usado para sacar dinheiro o rombo pode ser de até 900,71% ano, no caso do cartão Santander Free, como mostra o estudo.
Os riscos do endividamento ficam bem mais agudos no caso dos consumidores que entraram recentemente no mercado de consumo, como jovens e a nova classe média.
Obviamente, eles têm menos costume de controlar seus gastos em cartões, são passíveis de cair na tentação do consumo fácil - aparentemente fácil, pois o cartão dá a impressão de que se está comprando sem gastar.
Por isso defendemos a educação financeira e informações mais claras nas faturas para evitar os saldos devedores impagáveis, por exemplo, realçando quanto seria a dívida da pessoa, passado um mês sem a quitação. A pesquisa completa estará na próxima edição da revista Dinheiro&Direitos, da Proteste.