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Bastidores do mundo dos negócios

À espera de versão digital, crédito de duplicata cresce no Brasil

Enquanto não sai do papel a versão eletrônica das duplicatas, o mercado de crédito que utiliza o instrumento como garantia ganha escala no Brasil. O segmento já movimentou R$ 430 bilhões de outubro de 2016 a setembro deste ano, superando todo o ano de 2016, quando a cifra ficou na casa de R$ 420 bilhões, de acordo com a Central de Registro de Direito Creditório (CRDC), que faz a verificação e gestão de duplicatas. Em relação ao mesmo período de comparação, o crescimento foi de 25%.

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Por Coluna do Broadcast
Atualização:

Catequização. A expectativa da CRDC, entretanto, é de que o mercado apresente salto ainda maior com a chegada da duplicata eletrônica, uma das medidas do governo de Michel Temer para baixar os spreads no Brasil. Com ela, o instrumento fica mais forte, já que o registro eletrônico elimina as chances de uso da duplicada em mais de um empréstimo e fraude no lastro. Diante do grande potencial de geração de crédito por meio desse instrumento, o setor se mobiliza, especialmente na expectativa de conclusão, pelo Banco Central, do registro das companhias certificadoras digitais. A própria CRDC aguarda a "bênção" do regulador para atuar no novo ambiente, com o registro eletrônico desses títulos.

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Desconfiança. No Brasil, a oferta de crédito com o uso de duplicatas como garantia ainda esbarra na falta de transparência. Sem confiança na origem e lastro desses papéis, os bancos pedem ativos além da própria duplicata, que por si só já seria suficiente para garantir o empréstimo. Assim, dificultam e encarecem a tomada de crédito por parte das pequenas e médias empresas que, nos últimos anos, têm menos portas para pedir empréstimos com a saída de bancos do País.

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