Será? Diante desse impasse, tem sido comum no mercado financeiro a defesa de que a Fibria pode acabar levando o ativo. Ainda que a proposta da brasileira, de R$ 12 bilhões, seja inferior aos R$ 15 bilhões ofertados pela APP, o dinheiro chegaria à vista e em tempo mais curto. Isso porque a Fibria não precisaria fazer diligência do ativo, que já conhece bem, mas apenas do acordo de leniência fechado pelos executivos da J& F, que já passou pelo crivo de compradores de outros ativos. Além disso, o setor de papel e celulose é estratégico para o País, com forte contribuição à balança comercial, acentuando o interesse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um dos maiores credores da J & F, de encontrar uma solução doméstica para a venda do ativo.
Matemática. A estratégia apresentada pela APP, no entanto, elimina potenciais problemas que a J & F teria para a adesão dos fundos de pensão - Funcef (Caixa Econômica Federal) e Petros (Petrobras). No acordo de acionistas, está previsto tag along, que garante a acionistas minoritários o direito de deixarem a sociedade caso o controle da empresa seja adquirido por um investidor que, até então, não estava na sociedade, em caso de venda de ações, o que não aconteceria nessa estrutura. Pelo plano pensado, os fundos teriam apenas o direito de preferência na subscrição, com pouca chance de ser exercida por conta dos ajustes que vêm fazendo em suas carteiras. Procurada, a J & F não comentou.
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