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O sobe e desce da inflação e outros 500

Deixe utensílios para a casa de lado e dê um sapato para a sua mãe

Quase tudo está mais caro no País, mas veja itens que tiveram altas menores no preço e faça uma escolha econômica no Dia das Mães

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Por Economia & Negócios
Atualização:

Por Natália Cacioli

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Mesmo se sua mãe andou estragando panelas nas varandas, talvez seja melhor escolher outra coisa para presenteá-la no domingo. E o motivo nem é a justa reclamação "isso é presente para a casa, não para mim", mas é que o preço das panelas está, digamos, salgado como o bacalhau da última Páscoa.

Claro que não são apenas as panelas que estão mais caras. Basta ir ao supermercado para sentir calafrios a cada bip do leitor de código de barras. Mas o 'x' da questão é que os preços de alguns produtos subiram mais que de outros. Portanto, vale a pena fazer algumas substituições para encaixar o presente da sua mãe no orçamento.

A inflação de roupas femininas e calçados está menor do que a de utensílios domésticos Foto: Fabio Motta/Estadão

Foto: Fabio Motta/Estadão

O IBGE divulgou hoje o IPCA - o índice oficial de inflação - do mês de abril, e de várias tabelas é possível tirar alguma inspiração. O índice geral acumula 8,17% de alta nos últimos 12 meses, enquanto o grupo Utensílios e Enfeites (lembra da panela?) subiu 9,89% no mesmo período.

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Outros grupos, como Roupa Feminina e Calçados e Acessórios, tiveram altas bem menos expressivas do que o índice geral, de 2,57% e 3,34%, respectivamente. Ou seja, além de valer mais a pena para o bolso, provavelmente deixará sua mãe mais feliz.

O economista do Ibre/FGV André Braz explicou que a variedade de produtos dentro do mesmo segmento ajuda a segurar os preços, pois aumenta a concorrência. Mas há também a questão do desaquecimento das vendas no varejo, com as pessoas mais receosas em gastar em tempos de desemprego em alta. "A preocupação do consumidor com o curto prazo se materializa em um número menor de vendas, o que favorece o aparecimento de promoções", diz André.

Uma pesquisa da FGV mostrou que o Dia das Mães de 2015 deve ser o mais magro dos últimos nove anos. Mais de um terço das famílias pretende gastar menos e, quem já decidiu o que comprar, optou por opções mais baratas. E apesar dos esforços dos comerciantes, diminuiu em 6% o número de shoppings que estão fazendo campanhas para impulsionar as vendas na data.

O grupo Cama, Mesa e Banho subiu um pouco menos que o índice geral e registrou taxa de 7,72%. Já Eletrodomésticos e Equipamentos teve alta de 8,90%. Então, é melhor deixar o liquidificador para outra oportunidade (sua mãe agradece, de novo). O subíndice de Joias e Bijuterias subiu 5,87% e o de Leitura, 8%.

Um grupo bastante vantajoso é TV, Som e Informática, cujos preços caíram 7,07% no período. Mas, apesar da queda nos preços, vale prestar atenção no alerta do economista do Ibre/FGV: "Um computador custa bem mais que um almoço em um restaurante, então o que se deve levar em conta é quanto se pode gastar. Não adianta comprar um produto caro e parcelar, porque os juros estão mais altos e isso vai anular a vantagem dos preços mais baixos".

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Falando em almoço, além de comprar um sapato bem bonito para a sua mãe, você pode cozinhar para ela: o preço para comer fora de casa subiu 10,47% nos últimos 12 meses. E depois aproveite para colocar o papo em dia, deixe a TV desligada. Os custos com energia elétrica aumentaram quase 60% e você não vai querer ficar (mais) chateado quando a conta de luz chegar...

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