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Da City Londrina

'Mercado torce por Aécio, mas não assume por medo de Dilma', diz Financial Times

Diante da disputa bastante acirrada nos últimos dias, jornal inglês cita que a campanha eleitoral deixou de tratar de propostas e passou à esfera dos ataques

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Por Fernando Nakagawa e Twitter @fnakagawa
Atualização:

Dilma e Aécio: debate saiu do campo das propostas para ser dominado por ataques mútuos (Fotos: Reuters) Foto: Estadão

LONDRES - O jornal britânico Financial Times publica reportagem na edição impressa desta sexta-feira em que destaca o temor de muitos eleitores brasileiros ligados ao mercado financeiro e ao setor empresarial de declarar o voto.

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Apesar de o grupo apoiar majoritariamente o candidato Aécio Neves (PSDB), poucos anunciam a opção publicamente por temer reações do governo Dilma Rousseff (PT) e das empresas estatais.

"Ainda que muitos, de investidores a altos executivos, apoiem o candidato da oposição pró-mercado, poucos se atrevem a tornar pública a sua posição por temer perturbar o Partido dos Trabalhadores e ferir seu próprio negócio", diz a reportagem.

Um dos entrevistados explica que a opção pelo discurso mais discreto acontece porque "o governo tem tentáculos por toda a economia". Esse entrevistado que é executivo de um banco internacional em São Paulo diz que eleitores evitam declarar o voto para não "tornar a vida muito difícil".

Entre os investidores e empresários, as reclamações vão da estagnação do crescimento ao intervencionismo passando pela gestão da maior empresa brasileira, a Petrobras, e a alta da inflação.

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O FT nota, porém, que as demandas da população, em especial da nova classe média, são um pouco distintas. "Estão procurando um líder para retomar o crescimento e também para lidar com eficiência com transporte público, saúde e educação".

Diante da disputa bastante acirrada nos últimos dias, o FT cita que a campanha eleitoral deixou de tratar de propostas e passou à esfera dos ataques. "A campanha se degenerou em ataques pessoais com ambos os lados acusando o outro de ofensas que vão do alcoolismo ao nazismo", diz o texto.

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