LONDRES - A União Europeia iniciou uma investigação sobre a situação tributária da maior rede de lanchonetes do mundo, o McDonald's. A empresa norte-americana é acusada de burlar leis para pagar menos impostos na Europa. A empresa nega e diz que pagou mais de US$ 2 bilhões em impostos de 2010 a 2014 na Europa.
A investigação tem como principal foco a relação tributária que o McDonald's tem com o governo de Luxemburgo e como a empresa se beneficia dessa condição. Segundo os indícios divulgados nesta quinta-feira em Bruxelas, "o McDonald's Europe não pagou praticamente nenhum imposto sobre as sociedades nem no Luxemburgo nem nos Estados Unidos sobre os lucros desde 2009". A empresa estaria se aproveitando especialmente das normas para evitar a bitributação entre países.
Há indícios de que boa parte do lucro obtido com a venda de sanduíches nos países da Europa e na Rússia era transferida para a filial de Luxemburgo na forma de "royalties" pelo uso da marca. O pagamento de royalties tem tratamento tributário completamente diferente da remessa de lucros. Ao chegar ao Luxemburgo, o dinheiro acabava sendo transferido para a estranha filial que o McDonald's Europe mantinha nos Estados Unidos - algo como um "McDonald's Europe US". Seria mais ou menos como se a filial argentina de uma empresa brasileira abrisse uma filial no próprio Brasil - algo como uma esquisita "Petrobras Argentina Brasil".
A empresa acusada nega qualquer prática proibida. "O McDonald's cumpre todas as leis e regras fiscais na Europa e paga uma quantia significativa de imposto de renda corporativo. Na verdade, entre 2010 e 2014, a companhia pagou mais de US$ 2,1 bilhões só em impostos corporativos na União Europeia com alíquota média de quase 27%", alegou a empresa em nota à imprensa.
Trecho de reportagem publicada no Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado