Estagnação aparece no Caged

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Por José Paulo Kupfer
Atualização:

A economia está parada e se isso ainda não vinha aparecendo nos índices de desemprego, principalmente por razões demográficas, já era visível no Caged, que mostra, mensalmente, a criação de novas vagas de trabalho formal. O número de postos criados vem numa trajetória descendente desde o início de 2014, deu um suspiro no terceiro trimestre e desabou, agora em outubro.

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Surpreendendo as projeções do mercado, que apontavam a geração de 50 mil novos postos de trabalho, houve o fechamento líquido de 30 mil vagas, a primeira contração no mês desde 1998. Outro encolhimento, um pouco menor, na vizinhança de 20 mil vagas, está sendo projetado para novembro.

Chamou a atenção, em outubro, o mergulho ocorrido e a acentuada contração no setor da construção civil. Alguns analistas, verificando que o ritmo de admissões recuou mais forte do que o de desligamentos, concluíram que o resultado inesperado do mês passado se deveu, entre outros motivos, a incertezas trazidas pelo período eleitoral.

Dois outros fatores, estes ligados à fraqueza do nível de atividades, também parecem ter contribuído para o resultado negativo de outubro, segundo analistas. Um deles é o menor ritmo de crescimento observado nos ganhos reais de salários. Isso afeta mais diretamente o setor de serviços, exatamente aquele que vinha garantindo até aqui os números positivos do Caged.

O outro é a consistente redução do salário médio de admissão. Sinal de que a oferta de mão de obra começa a superar a demanda e que a taxa de desemprego, mesmo com a lentidão do aumento da população ativa, depois de longa resistência, poderá iniciar em breve um movimento de alta.

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