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Por José Paulo Kupfer
Atualização:

A trajetória da inflação, medida pelo IPCA, está seguindo o roteiro desenhado para 2015. Esse desenho mostra uma redução dos índices mensais no segundo trimestre, mas com altas em 12 meses, em razão da substituição de números mais baixos, nos mesmos meses do ano passado, por mais altos este ano. Em abril, por exemplo, se o ritmo de alta do IPCA recuou a menos da metade do registrado em março, marcou nova elevação em 12 meses, de 8,13% para 8,17%. Maio deve registrar nova queda no IPCA, com os analistas prevendo variação em torno de 0,55%, o que levará o acumulado em 12 meses, se confirmada a projeção, a 8,3%. A tendência, de todo modo, é de alívio nos índices, que poderão passar a girar, em base mensal, abaixo de 0,4%, pelo menos até o quarto trimestre. Isso se daria não só pela proximidade do encerramento do ciclo de altas fortíssimas nos preços administrados, que já subiram 13,36%, em 12 meses, e figuram como o principal impulso, neste primeiro quadrimestre, de alta no IPCA. Também o aprofundamento da contração do nível de atividades opera no sentido de descomprimir pressões inflacionárias. Esse movimento tem sido reforçado pelo ajuste fiscal, pela continuidade das altas nos juros básicos e pela moderação nas desvalorizações do real. Não por coincidência, esses fatores começam a explicar a evolução mais favorável da alta dos preços livres em 12 meses. Em abril, a variação, no conjunto do segmento, ficou em 6,67%, já se aproximando do teto da meta de inflação.

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