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Cármen Lúcia indica a Temer contrariedade com aumento dos ministros do STF

Nova presidente do Supremo sinaliza oposição ao reajuste do subsídio dos magistrados, o que abriu caminho para base aliada do presidente desacelerar votação de requerimento sobre proposta no Senado

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Por Ricardo Brito e Adriana Fernandes
Atualização:

(Renan Calheiros, Cármen Lúcia e Michel Temer/ Foto: Carlos Humberto/SCO/STF)

A nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, indicou ao presidente Michel Temer ser contrária à concessão neste momento do reajuste do subsídio dos ministros da Suprema Corte. Essa informação - fruto de uma recente conversa entre Cármen e o presidente - chegou à base aliada de Temer no Senado, o que levou à mobilização na quinta-feira passada (8) para impedir a aprovação do requerimento que encaminhava a proposta para votação diretamente em plenário.

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O respaldo de Cármen - que assume o STF sem a pecha de corporativista como o antecessor Ricardo Lewandowski - deu força para que o governo deixasse a dubiedade que marcou sua atuação na discussão dessa proposta e especialmente na concessão de outros aumentos salariais durante a interinidade.

Foi também por esse motivo a declaração dele em entrevista no final de semana ao jornal O Globo de que o reajuste dos ministros do STF vai gerar uma "cascata gravíssima" com repercussão financeira para a União, Estados e municípios, uma vez que essa elevação nos vencimentos serve como o teto do funcionalismo público (pela proposta, subiria dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil).

Mostra ainda que o Palácio do Planalto não pretende se furtar a entrar em divididas contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos principais artífices do reajuste dos ministros Supremo.

Cármen Lúcia assume o comando do Poder Judiciário com o perfil de sobriedade e não afeição aos rapapés do cargo. Não se sabe ainda se vai querer imprimir em seus dois anos de gestão a marca da austeridade. Mas há muito a fazer: discutir o teto efetivo do funcionalismo (subsídios sem penduricalhos, como o auxílio moradia do valor de R$ 5,4 mil repassados a até mesmo quem tem imóvel), pagamento de diárias e outras benesses que não condizem com um País que tem 12 milhões de desempregados.

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Com seu ativismo, a Justiça tem sido um ator relevante na esfera pública brasileira. Cármen tem tudo para ser o ponto da virada também na questão dos gastos do Judiciário.

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