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Política + Economia / Economia + Política

Menos candidaturas, mais reformas

Governo deveria focar na aprovação de reformas antes de discutir eventuais planos políticos para 2018 lançado por aliados

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Por Ricardo Brito e Adriana Fernandes
Atualização:

(Rodrigo Maia/André Dusek) Foto: Estadão

A decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de lançar o presidente em exercício, Michel Temer, como candidato à sucessão em 2018 mostra um descasamento entre o tempo da colheita política e a necessidade de se percorrer um longo caminho para a melhoria do ambiente econômico no País.

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Temer, que ainda nem é presidente em definitivo (falta a condenação de Dilma Rousseff), até fez bem em negar que cogita concorrer ao Palácio do Planalto, mas o movimento - revelado pelo Estado - mostra uma ansiedade do meio político em buscar saídas para superar a crise.

O governo deveria se ocupar - e passar essa mensagem a seus aliados - de que é preciso aprovar um longo e penoso ajuste fiscal nas contas públicas, que inclui a PEC do Teto dos Gastos e as reformas da Previdência e Trabalhista. E trabalhar para impedir que movimentos desfigurem essas iniciativas e outras, como a da renegociação da dívida dos Estados, em que uma série de categorias do Judiciário, Ministério Público e outras pressionam parlamentares para impedir que determinadas despesas fiquem de fora do limite de despesa de pessoal. São preocupantes os sinais transmitidos hoje pelas lideranças políticas de mudanças no projeto com votação prevista para esta semana.

Em menor grau, outra articulação também revelada pelo Estado, a de ampliar poderes do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem duas leituras a se fazer. A primeira revela uma preocupação de Meirelles em reforçar o controle da liberação de recursos feito pelo governo. Mas, por outro, que por ora fica mais na conta dos simpatizantes, reforça a posição dele como um potencial candidato a presidente em 2018 - o ministro, aliás, nunca negou ter ambições políticas.

No caso de Meirelles, deveria prevalecer a primeira opção, uma vez que a confiança dos agentes econômicos nele começa a ser questionada caso as reformas não sejam levadas adiante pela gestão Temer. Até o momento, o governo tem sido acusado de querer gastar mais, com aumentos para categorias do funcionalismo e concessões a aliados políticos.

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Que haja menos candidatos (potenciais, virtuais, lançados) e mais empenho com as reformas para justificar futuramente essas candidaturas perante o eleitorado. Do contrário, com o cidadão cada vez mais exigente com os políticos, esses movimentos serão apenas um autoengano da classe.

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