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Meta fiscal opõe grupos de Renan e Cunha

Primeira votação importante do governo Temer no Congresso coloca em lados opostos o presidente do Senado e o presidente afastado da Câmara

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Por Ricardo Brito e Adriana Fernandes
Atualização:

(Eduardo Cunha e Renan Calheiros/Ed Ferreira-Estadão) Foto: Estadão

A decisão da Comissão Mista de Orçamento (CMO) de entrar na última hora no debate (e talvez na votação) da proposta que revisa a meta fiscal de 2016 expõe uma batalha de bastidores sobre o protagonismo da primeira grande matéria do governo do presidente em exercício, Michel Temer, em discussão no Legislativo.

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No páreo, sem compartilhar dos mesmos interesses, estão os grupos do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Antes mesmo do afastamento da presidente Dilma Rousseff decidido pelo Senado na semana passada, Renan já indicava que iria pôr a meta fiscal em votação diretamente na pauta do Congresso, prerrogativa que ele tem. Queria ele, além de acenar a Temer, não ser responsabilizado por uma eventual não aprovação da proposta até o fim do mês, o que poderia levar à paralisia da máquina pública e até a uma futura punição do presidente em exercício.

Esse era o caminho inicial também trilhado pelo senador licenciado e hoje ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), aliado do presidente do Congresso.

A CMO, contudo, atravessou a articulação de Renan. O recém-eleito presidente da comissão, Arthur Lira (PP-AL), aliado do poderoso Cunha, indicou ontem o deputado Dagoberto (PDT-MS) como relator da meta fiscal no colegiado. Detalhe: o projeto estava parado desde o fim de março na comissão. O colegiado quer aprovar a nova meta até a segunda-feira (23), véspera da data na qual o presidente do Congresso gostaria de votar o projeto em plenário.

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Renan deu sinais de que pretende "tratorar" a CMO, isto é, votar a meta em plenário a despeito de uma posição da comissão. Arthur Lira disse ontem não ver problemas se o novo déficit não passar pelo colegiado, embora defenda que a matéria tramite na comissão para não chegar "dura" ao plenário.

Não há movimento político gratuito no Congresso. Menos ainda quando está em meio a uma discussão que envolve um rombo de pelo menos R$ 150 bilhões nas contas públicas.

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