Segundo o economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife, depois de uma análise criteriosa e do tratamento estatístico da base de informações, o birô optou pela volta da divulgação do indicador. É que a preocupação com a solvência do consumidor aumentou, especialmente no momento atual, por causa do avanço do desemprego.
A volta da divulgação do indicador não trouxe uma boa notícia. A inadimplência do consumidor acumulada em 12 meses até fevereiro cresceu 3%, uma taxa que é mais que o dobro da registrada cinco meses antes, quando a divulgação foi interrompida. Em setembro do ano passado, o indicador de inadimplência em 12 meses registrava um aumento de 1,3% e fechou o ano passado com um avanço de 2%.
Só em fevereiro, a inadimplência cresceu 10,5% ante o mesmo mês do ano anterior, a maior taxa de crescimento em bases anuais desde fevereiro de 2012. No primeiro bimestre deste ano, o avanço foi de 9,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo Calife, depois de três anos de estabilidade, a inadimplência dos consumidores dá sinais nítidos de que sua taxa deverá elevar-se de forma considerável em 2016. A previsão inicial era de uma aumento, em 12 meses, de 4,5%. Mas agora essa projeção deve ser revista, observa o economista.