Dustin Hoffman vai vender Fiat 500

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Por Marili Ribeiro
Atualização:

Bastidores da gravação nos EUA

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Nas telas do cinema ele perdeu a virgindade seduzido por Anne Bancroft no clássico A primeira noite de um homem. Já tinha 30 anos, mas a baixa estatura o favoreceu para ganhar o papel. Depois, foi um autista (Rain man) e um divorciado que cria filho abandonado pela então iniciante atriz Meryl Streep (Kramer X Kramer). Pelas duas interpretações ganhou o Oscar. Agora, do alto de seus 74 anos, o ator Dustin Hoffman virou o garoto-propaganda do novo Fiat 500 (Cinquecento), no Brasil, justamente por ser baixinho.

O novo minicarro da montadora italiana, que será anunciando na campanha que estreia domingo, é mais potente, tem 105 cavalos contra 100 do modelo importado da Europa, além de um preço infinitamente menor para a versão de entrada no Brasil: R$ 39,9 mil.

O Fiat 500 chega com várias versões e preços distintos. Em todas, entretanto, dispõe de equipamentos de segurança de última geração, porque o carro a ser vendido aqui é o mesmo fabricado no México para o mercado americano, onde as exigências de segurança são rigorosas.

"Estamos reposicionando o produto para aumentar o volume de vendas", reconhece João Ciaco, diretor de marketing da Fiat do Brasil. Mas, mesmo mais popular, o mini da Fiat não quer perder seu apelo de carro cult construído pelo marketing. "Vender mais não significa que o Cinquecento deixará a posição conquistada de ser o carro que representa os valores da marca, que foi o propósito com que foi lançado, em 2007, na Itália. Mas, por ele carregar quesitos adequados ao atual momento de retração econômica, que pede carros mais compactos e menos poluentes, está assumindo o papel de carro mundial da Fiat", completa Ciaco.

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Pequeno notável

O mote do comercial criado pela agência Leo Burnet Tailor Made brinca com a altura do ator para introduzir a ideia de que, para ser um carrão, um veículo não precisa ser grande. Contracenando com Hoffman está o ator brasileiro Ricardo Macchi, quase 25 centímetros mais alto, mas com repertório artístico infinitamente menor. Afinal, seu maior papel foi o do cigano Igor na novela Explode Coração, na qual angariou, no mínimo, muitas críticas.

A mensagem publicitária reforça o contraste entre tamanho e qualidade e lembra que, para ser uma "atorzão", não precisa ser grande. Durante as filmagens, feitas nos EUA com o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, Hoffman dava saltinhos para se equiparar em altura com Macchi, mostrando um bom humor que surpreendeu a equipe que filmou com ele.

"Ele é incrivelmente carismático e dominou o ambiente contando casos variados e ironizando o politicamente correto hollywodiano", conta Marcelo Campos Reis, vice-presidente de criação da agência Leo Burnett Tailor Made. "Elogiou o Meirelles pelo filme Cidade de Deus e pediu um encontro antes das gravações para detalhar seu personagem. Queria saber a densidade que imporia ao papel. Nunca vi preocupação semelhante em garotos-proganda."

O melhor para a Fiat ainda é o cachê de Hoffam. Não chega perto de seu talento. Foi menos da metade do que costuma cobrar a top model Gisele Bündchen (cerca de R$ 4 milhões).

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