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21% das reclamações contra bancos em maio são de cobranças indevidas de tarifas

E você, presta atenção aos 'centavos' cobrados da sua conta corrente? Saiba como ter acesso a serviços bancários gratuitos e como a tecnologia pode te ajudar no controle da conta

Por Yolanda Fordelone
Atualização:

 Foto: Pixabay

Das 2.442 reclamações contra os seis maiores bancos do Brasil em maio, 504 ou 21% se referem a problemas de cobrança indevida de tarifas na conta corrente e cartões de crédito e débitos não autorizados pelo cliente. Ou seja, de cada dez queixas de consumidores recebidas pelo Banco Central em maio, duas são de casos de alguns poucos reais, às vezes centavos, cobrados indevidamente. Importante lembrar que o número diz respeito somente às queixas consideradas consideradas procedentes pelo Banco Central.

Mas e você: presta atenção em todo o dinheiro que sai da sua conta? Pode parecer pouco, mas se estiver sendo cobrado R$ 20 por mês em um serviço que você não precisa nem pediu, ao ano você está gastando R$ 240, valor suficiente para pagar seu transporte por um mês (considerando que você gaste R$ 11,84 por dia, valor de quatro conduções em São Paulo - dois ônibus e dois metrôs -, para ir estudar ou trabalhar).

Duas informações podem te ajudar a controlar o dinheiro que entra e sai da sua conta: Foto: Estadão

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1) Opte por contas e serviços sem tarifas 

É lei! Segundo o Banco Central, há uma série de serviços que os bancos são obrigados a fornecer gratuitamente. Se você fizer até quatro saques por mês, tirar dois extratos e pegar até dez folhas de cheque, por exemplo, nada pode ser cobrado por isto (Veja a lista completa de serviços nas duas primeiras tabelas).

Para as transações que excederem o limite de serviços gratuitos ou para aqueles que não estão incluídos na lista do BC, o cliente tem duas opções: pagar tarifas individuais para cada serviço excedente ou contratar pacote de serviços com pagamento de um valor único. Para ficar mais fácil a comparação de preços, o BC padronizou os pacotes em quatro tipos (disponíveis nas quatro últimas tabelas deste site). O mais básico inclui saques, mas não folhas de cheque, por exemplo. Na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), é possível checar o valor que cada banco está cobrando nas tarifas e pacotes.

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Há ainda a opção de abrir uma conta digital gratuita, onde você poderá fazer as transações tudo eletronicamente, mas sem usar os serviços presenciais dos bancos (adeus filas!). Se o banco em um primeiro contato não te der esta opção, insista. É um direito garantido pela Resolução nº 3.919/2010 do Banco Central. Caso não seja atendido mesmo assim, o cliente pode reclamar ao BC pelo próprio site.

2) Use a tecnologia a seu favor

Quantas atitudes mudaram desde os anos 90? Provavelmente, hoje em dia você não frequenta mais locadoras de filmes, pega um táxi na rua sem ter pedido antes ou vai a uma loja de discos, a não ser que goste da vitrola ou seja um colecionador. Netflix, Uber, apps de táxis e Spotify revolucionaram a maneira como os consumidores se comportam e nos serviços financeiros, não é diferente. Há uma onda de migração de serviços que antes eram físicos para o ambiente online. Por isso, muito provavelmente daqui dez anos você não irá mais tirar extratos bancários ou pegar filas para saber o que tem na sua conta.

Para acompanhar melhor a movimentação da sua conta e acompanhar que não está sendo cobrado indevidamente, vale a pena experimentar os apps dos bancos (quase todos já estão disponíveis para smartphone) ou ainda, se quiser consolidar várias contas num mesmo ambiente e ter acesso a movimentação do cartão de crédito ao longo do mês, uma opção é o aplicativo GuiaBolso, disponível para Android, iOS e versão web para aqueles que não possuem um smartphone. Se desejar usar um cartão de crédito que já nasceu no ambiente online, a solução é o Nubank, que permite o acompanhamento da conta pelo aplicativo.

O que fazer se for cobrado indevidamente?

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Antes de recorrer ao Banco Central, o consumidor deve entrar em contato com o SAC do banco onde é cliente. Se não for encontrada uma solução, o caminho é buscar a ouvidoria da instituição. A terceira via é a reclamação no Banco Central. Após isso, procure o Procon para tentar resolver ainda de maneira rápida (o processo administrativo do Procon demora até 120 dias). Se nada der certo, a última tentativa é entrar com um processo na Justiça, que pode se arrastar por anos. Nos casos em que fica comprovada a cobrança indevida, o consumidor tem direito a ter o valor restituído.

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