Burger King, Google e Facebook estão entre as empresas já listadas. No total, há atualmente 91 recibos negociados na Bovespa. Outros estão com a oferta em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e podem começar a ser negociadas nos próximos meses, como o Yahoo! e a Rio Tinto.
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"A grande facilidade é fazer tudo aqui no Brasil, em reais, sem precisar abrir uma conta fora do país ou converter reais em dólares", diz o professor do Instituto Educacional BM&FBovespa, Arthur Vieira de Moraes.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a negociação de BDRs no Brasil em 1996, mas foi somente em 2010 que a Bolsa passou a listar mais empresas. Antes disso, haviam somente BDRs patrocinadas. Neste modelo de emissão, é a companhia estrangeira que manifesta interesse em listar as ações na Bolsa brasileira, contratando para isso uma instituição depositária dos recibos.
A partir de 2010 passou-se a negociar também as BDRs não patrocinadas, emitidas pela instituição depositária sem envolvimento da companhia estrangeira. Basta para isso o depositário comprar um lote de ações, guardá-lo em custódia, convertê-lo em recibos e vendê-los no mercado. São sete as instituições autorizadas a fazer a operação: Bradesco, Fibra, BM&FBovespa, Citibank, Deutsche Bank, Itaú Corretora e Itaú Unibanco.
Ao comprar uma BDR o investidor precisa estar atento ao fato de que a companhia não precisa cumprir a regulamentação brasileira e sim a do país de origem, alerta Moraes. Com isso, uma informação que as leis brasileira exijam por exemplo pode não ser divulgada no caso da BDR. Quanto aos dividendos e outros direitos, porém, a regulamentação da CVM protege o investidor. "Segundo regras da CVM, a instituição de custódia recebe os direitos da ação, como os dividendos, e os repassa para cada um dos detentores do recibo", diz o professor.
Em geral, recomenda-se que o investidor que resolva comprar BDRs tenha um pouco de experiência na Bolsa, pois será preciso acompanhar dois mercados ou até mais ao mesmo tempo para garantir bons negócios.