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Vale a pena o investimento em CDBs?

Tempo e quantia disponível para aplicar determinam se o CDB é interessante, segundo especialista

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Por Yolanda Fordelone
Atualização:
 Foto: Estadão

Bem conhecidos dos investidores brasileiros, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) têm perdido cada vez mais espaço no mercado em detrimento do aumento do interesse por títulos isentos de Imposto de Renda. Apesar de não oferecer vantagem fiscal, o título bancário vale a pena em alguns casos, segundo o professor dos cursos de Educação Executiva do Insper, Otto Nogami. No terceiro post da série "Vale a pena" veja porque o CDB ainda é indicado por especialistas.

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Entendendo o CDB

Ao comprar um CDB, o investidor está fazendo nada mais que um empréstimo ao banco. As instituições utilizam o certificado para captar recursos no mercado, pagando de rentabilidade algo próximo à taxa básica de juros Selic. Para lucrar, o banco trabalha com o dinheiro, ou seja, o empresta a quem precisa cobrando pela transação um juro muito mais elevado.

Atualmente, a maioria dos CDBs possui liquidez diária, o que significa dizer que se o investidor tiver uma emergência e quiser resgatar o valor poderá fazer isso em qualquer momento da aplicação. Quanto mais tempo ficar no investimento, porém, menos pagará de imposto (veja infográfico abaixo).

Sobre o risco da aplicação, costuma-se dizer que está associado ao banco. Como o CDB representa um empréstimo do investidor ao banco, a instituição financeira é na verdade o devedor. Caso passe por dificuldades, poderá não conseguir recomprar o título. Investimentos de até R$ 250 mil, porém, estão cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) caso o banco declare falência.

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CDI, o indexador do investimento

A rentabilidade dos CDBs está atrelada não ao juro básico, mas à taxa do Certificado de Depósito Interbancário. Tal taxa é a rentabilidade dos títulos negociados entre os bancos. Assim, se um CDB paga 90% do CDI, por exemplo, na prática isso equivale dizer que você receberá 90% do que os bancos ganham ao emprestar dinheiro a outras instituições no mercado interbancário. O CDI, em geral, é muito próximo à Selic. Assim, se o Banco Central resolve aumentar a taxa Selic, o CDI acompanha a tendência, o que acaba elevando a rentabilidade dos CDBs.

Além do CDB prefixado (menos comum no mercado) e do pós-fixado tradicional, há ainda os certificados escalonados ou progressivos. Neles, o retorno começa baixo - algo como 80% do CDI - e aumenta conforme o investidor permaneçana aplicação, podendo chegar a mais de 100% do CDI.

O CDB ainda vale a pena?

Segundo Nogami, do Insper, a decisão entre escolher um CDB ou um papel isento de IR - como Letras de Crédito Imobiliários (LCI) e do Agronegócio (LCA) - passa por dois pontos: o montante disponível para aplicar e o horizonte de tempo que pretende deixar o recurso no CDB.

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"A maior demanda ocorre por CDBs de 90 dias, mas acredito que aplicar até por 60 dias valha a pena", diz o professor. Isso porquê em aplicações isentas de IR em geral é exigido um prazo mínimo para ficar no investimento. Já um dos principais produtos com o qual o CDB concorre, a caderneta de poupança, perde em termos de rentabilidade para o título bancário, mesmo este pagando IR, de acordo com Nogami.

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Outro ponto importante que determina se o investimento será ou não interessante é quanto a pessoa irá aplicar. "Títulos isentos de IR exigem quantias maiores para aplicar. Já nos CDBs é possível investir até com R$ 300", compara. Por isso, os CDBs acabam tendo uma barreira menor de entrada.

Apesar disso, em geral, se a quantia for muito pequena (abaixo de R$ 10 mil), o professor lembra que dificilmente o aplicador conseguirá negociar uma boa rentabilidade. Nesses casos, ele afirma ser até melhor recorrer a um fundo de renda fixa, que mescla em sua carteira CDBs e títulos públicos. Apesar de haver taxa de administração nos fundos, o desconto que é dado no retorno do CDB quanto o valor aplicado é baixo mais que compensa o custo, segundo Nogami.

A segunda opção para tentar buscar uma maior rentabilidade é pesquisar CDBs de bancos médios. Pelo risco ser mais elevado, paga-se mais de retorno. A aplicação não é para todos, pois é preciso ter propensão ao risco. A boa notícia é que o FGC também cobre os mesmos R$ 250 mil. O investidor poderá só ter mais dor de cabeça para conseguir o dinheiro de volta.

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