Falar é fácil - e irrelevante

É isso que podemos depreender dos comentários que vêm se espalhando de que, no lugar da reforma do sistema de saúde, Obama deveria ter se "concentrado na economia". Eu estou com Kevin Drum: não tenho a mínima ideia do que isso quer dizer.

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Por Paul Krugman (The New York Times)
Atualização:

Seria uma coisa se os especialistas estivessem dizendo que Obama devia aprovar um plano de estímulo da economia maior e estatizar alguns bancos. Mas, se é isso que querem dizer, deveriam tê-lo dito claramente. E isso leva a duas perguntas: poderia o estímulo ter sido ampliado, politicamente? (Digo sim, mas muitos discordam.) E, nesse caso, por que isso estaria em conflito com a reforma da saúde no final do ano?

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De qualquer maneira, estou certo que Charlie Cook e parceiros na verdade não estão discutindo política macroeconômica. O que eles querem dizer com "concentrar-se na economia" é, quase certamente, falar sobre ela - da mesma maneira que combater o terrorismo é falar muito sobre terrorismo.

E por que alguém pode achar que isso teria ajudado? Garanto a você, mais discursos sobre a economia não contribuirão para o aumento do emprego. Eles fariam as pessoas se sentirem melhor com uma taxa de desemprego de 10%? (O plano de Obama pode não estar funcionando, mas soa como se ele estivesse tentando!)

O problema de Obama não é que ele tentou fazer coisas demais; e com certeza não foi falta de foco. Você pode dizer - eu digo e disse na época - que ele se contentou com um plano econômico frágil demais nas primeiras semanas do seu governo. Mas alguns desses especialistas que agora criticam sua falta de foco na economia algum dia disseram que o seu plano era fraco? Não.

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