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Indústria de SP sofre o maior recuo no nível de emprego desde a crise mundial

Já foram dispensadas 15,5 mil pessoas neste ano; de acordo com a Fiesp, mais de 100 mil devem ser demitidas até dezembro

Por Gustavo Santos Ferreira
Atualização:

O recuo do nível de emprego na indústria no Estado de São Paulo não era tão grande desde a última crise financeira mundial. Em 2014, em relação ao ano passado, houve variação negativa de 0,6% entre janeiro e julho sobre o mesmo período de 2013. Em 2009, a queda em 7 meses foi de 2,03%.

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Já foram demitidas pelo menos 15,5 mil pessoas neste ano. Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, afirma em nota que a situação deve se agravar: mais de 100 mil postos de trabalho tendem a ser fechados até dezembro.

"Se você comparar com 2009, começava-se a viver no segundo semestre uma perspectiva de recuperação e nós não a vemos em 2014", diz. "Portanto, o panorama de emprego durante 2014 ainda vai se acentuar para pior."

Se juntarmos essas previsões com o número de trabalhadores demitidos nos últimos dois anos, o volume de postos de trabalho fechados na indústria paulista ultrapassará os 180 mil até dezembro.

A situação atual é de "calamidade" para Francini. As perdas de 2014, diz, não serão compensadas no ano que vem, como aconteceu em 2010. A indústria recuperou à época 112 mil postos de trabalho perdidos em 2009 com a criação de 115 mil empregos.

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Esse dado negativo do emprego reforça o mal momento da produção industrial em São Paulo, o mais relevante polo industrial do País. No primeiro semestre de 2014, já acumulou queda de 5%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Panorama nacional. O cenário de depressão observado em São Paulo, está espalhado pelo Brasil. Recentemente, o presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch, disse que "só louco investe no Brasil" hoje. E economistas e analistas de mercado consultados pelo Banco Central contam com a queda de 1,53% na produção industrial do País neste ano.

As últimas Contas Nacionais mostram como o segmento tem perdido sua importância relativa na atividade econômica brasileira. Em 2004, respondia por 30% da produção de bens e produtos do Brasil. No último ano, não foi responsável nem por 25% do Produto Interno Bruto (PIB).

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