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Visita de Dilma aos EUA é 'tábua de salvação', diz a 'The New Yorker'

Segundo a revista, Dilma encontrou um amigo: Joe Biden. vice-Presidente dos Estados Unidos, que a chamou para sugerir que ela visite Washington, o que ela aceitou prontamente

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Por Economia & Negócios
Atualização:

Dilma na 'The New Yorker': visita aos EUA para recuperar imagem Foto: Estadão

'O problema com Dilma Rousseff' é o título de um artigo da revista The New Yorker sobre a presidente brasileira. Ela é apresentada como uma dirigente com 'tantos problemas quanto qualquer grande líder mundial nos dias de hoje', só que com índice de aprovação abaixo de 15%.

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Esta semana, segundo a revista, Dilma finalmente encontrou um amigo: Joe Biden. vice-Presidente dos Estados Unidos, que a chamou para sugerir que ela visite Washington, o que e ela aceitou prontamente, embora ainda faltem definir data e detalhes diplomáticos.

A revista lembra que Dilma Rousseff tinha programado uma viagem aos EUA em 2013, com um jantar de Estado na Casa Branca, mas ela cancelou o compromisso após a revelação de que a Agência de Segurança Nacional americana tinha espionando suas comunicações.

"Não é provável que Dilma tenha perdoado os Estados Unidos, mas ela precisa de uma tábua de salvação, e não há muitas opções", diz a The New Yorker.

A revista cita os escândalos da Petrobrás e outras notícias negativas envolvendo a presidente, e destaca que figuras importantes em seu partido, o PT, estão envolvidos nas denúncias, como Antônio Palocci e José Dirceu.

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Segundo a revista, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva teve a sorte de presidir o Brasil entre 2003 e 2011, durante tempos de bonança na economia brasileira. "Lula teve um índice de aprovação de mais de 80% quando se aposentou, o que o fez, provavelmente, o chefe de Estado mais popular no mundo", afirma a The New Yorker. "Dilma foi eleita em 2010 e reeleita em 2014, por margens modestas, e, especialmente desde sua reeleição, as coisas não foram tão bem para o Brasil."

"Os preços das commodities estão em baixa, a inflação está voltando, e enorme e relativamente nova classe média do país, de pessoas que já não estão desesperadamente pobres, está experimentando simultaneamente expectativas crescentes de diminuição da prosperidade."

A revista conclui que há uma lição de política a ser tirada da situação brasileira. "Embora seja inconcebível que alguém como Dilma Rousseff, que participou da resistência à ditadura como militante e passou anos na prisão, possa ser eleita para um cargo nos Estados Unidos, ela parece ser o tipo de pessoa que se quer no cargo: ela é brilhante, forte, trabalhadora, detalhista, formada em economia, e, pelo que sabemos até agora, pessoalmente honesta."

Enquanto Lula só tem a quarta série e governava com o excesso de emoção, a revista diz que Dilma é uma uma workaholic (viciada em trabalho) e tem "assessores que sabem que ela pode chamá-los a qualquer hora para passar por cima de alguns detalhes políticos". 

A revista cita as manifestações e panelaços recentes com Dilma e comenta que ela no passado muitas vezes criticou os Estados Unidos para ficar bem perante os eleitores. "Isso diz alguma coisa sobre o motivo dos Estados Unidos estarem festejando a sua visita, preocupada com sua popularidade em baixa". Segundo a publicação, é difícil imaginar a superação dos problemas atuais, com tantos partidos e tantos ministérios no governo, com tantos poderosos envolvidos no meio político e empresarial. 

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"Levaria pelo menos uma geração para o Brasil para sair desse sistema, mesmo com muita boa vontade. Nesse meio tempo, como é o caso na maioria dos lugares do mundo, as coisas podem muito bem ficar melhor quando o poder está de volta nas mãos de alguém que opera a partir de instinto e emoção, em detrimento de alguém que pensa, analisa, planeja e dá ordens".

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