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O blog do Caderno de Imóveis

Sorria: você está sendo assistido pelo vizinho

Quando chega a sua casa à noite e relaxa no sofá para ver TV, o síndico Arnaldo Ferri tem duas opções: assistir à programação da TV aberta ou ao movimento do saguão do prédio.

Por Denize Guedes
Atualização:

O sistema, presente em inúmeros condomínios País afora, é controverso: o zelo em prol da segurança pode ser confundido como invasão de privacidade. "Por uma questão de proteção, o recurso da transmissão de imagens internas para os televisores dos condôminos é muito importante", explica o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Hubert Gebara. Mas, de acordo com o especialista, deve haver restrições quanto ao conteúdo exibido nas telinhas. "Não faz sentido a transmissão de imagens de espaços como garagem, elevadores, halls e área de lazer. As imagens da portaria bastam." Para Gebara, o abuso na exibição de imagens de outras áreas pode ser classificado como um "big brother tamanho família".

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Segurança. O prédio de Arnaldo Ferri não abre espaço para 'reality shows' internos. "Aqui, só transmitimos imagens da portaria. Temos oito câmeras que filmam também os elevadores, halls e portões da garagem, mas não há necessidade de os outros condôminos assistirem ao dia a dia dos vizinhos."

O recurso de transmissão para as TVs foi aprovado em assembleia e instalado no condomínio há cerca de dez anos. A maioria dos moradores apoia a iniciativa. "Como o sistema não funciona nas residências onde há TV a cabo, apenas cerca de 50% dos moradores utilizam o serviço", explica Ferri.

De acordo com o síndico, a importância do serviço pode ser provada quando o morador recebe uma visita inesperada. "Graças a Deus, nunca tivemos problemas de assalto aqui, muito em função deste recurso."

O fato de o prédio ter, como vizinho dos fundos, uma agência bancária aumenta a importância da transmissão das imagens. "Se alguém vir alguma coisa estranha, já pode chamar a polícia."

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(matéria originalmente publicada no caderno Imóveis, dia 14/11, e assinada por Clara Massote)

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