A semana que começa abre o segundo trimestre do ano. Os primeiros três meses tiveram como destaque, no mercado de investimentos, a Bolsa de Valores de São Paulo, com valorização de 11,73% no período.
A dúvida de especialistas é se o mercado de ações repetirá, no trimestre que começa, o bom desempenho do primeiro. Lembram que a bolsa de valores alternou altas e baixas e fechou praticamente no zero a zero em março. Um mês que em boa dose a pressão veio de duelos comerciais iniciados pelos Estados Unidos.
Primeiro foi a imposição de 25% sobre a importação de aço e de 10%, de alumínio, anunciada por Donald Trump logo no início do mês. A medida pega em cheio o Brasil, como o segundo maior exportador de aço para os EUA, mas que está na dependência de negociações para ser revertida ou amenizada. Depois, foi a definição, também pelo presidente americano, de sobretaxas aos produtos chineses. Outra decisão que pode trazer reflexos negativos sobre a economia mundial e, por tabela, também sobre as bolsas de valores.
Após chegar ao pico de alta, no nível de 87 mil pontos, no fim de fevereiro, o Índice Bovespa, que mede a evolução das ações mais negociadas em pregão da bolsa, fechou na última sexta-feira em 85.365.
A seguir, é possível conferir o ranking das aplicações em março. Os cálculos são do administrador de investimentos Fabio Colombo
Balanço de março
1º - Dólar 1,88%
2º - Fundos DI* 0,45% a 0,60%
3º - Fundos de renda fixa* 0,45% a 0,60%
4º - CDB* 0,40% a 0,55%
5º - Caderneta 0,39%
6º - Ouro 0,32%
7º - IPCA** 0,13%
8º - Bolsa de São Paulo 0,01%
* Rendimento bruto
** Estimativa
Perspectivas
No cenário interno, a expectativa é que o mercado de ações fique mais sensível ao provável aumento das incertezas políticas, por causa do acirramento gradual das tensões pela disputa presidencial. Lá fora, a tensão entre os Estados Unidos e a China conta ainda com combustível para respingar nas bolsas de valores internacionais.
Postos nos pratos da balança, os palpites de analistas apontam que a partir de agora poderiam pesar mais os fatores de baixa que os de alta. Pelo menos até o resultado final das eleições de outubro.
Um cenário que, de acordo com os especialistas, eleva o risco do investimento em ações, especialmente para quem está de olho em ganho rápido com a compra de ações.
Para quem lida com investimentos, seria o momento de privilegiar a segurança, de preservar o capital, em vez de correr maiores riscos atrás de rentabilidade. O nicho de mercado que atende os aplicadores com esse perfil, contudo, não chega a ser animador.
A taxa de juro na renda fixa está baixa e poderá permanecer em queda, com o novo corte previsto para a taxa básica de juro. A Selic, que baliza a taxa de captação dos bancos e, portanto, a remuneração do investidor, poderia recuar de 6,50%, do momento, para 6,25% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio.
Na contramão das idas e vindas do mercado de ações e da trajetória de baixa dos juros, os especialistas preveem maior mobilidade do dólar, acima dos níveis atuais de preço. Ao longo de março, a cotação do dólar comercial transitou em uma faixa entre R$ 3,25 e R$ 3,30.
A possível fonte de pressão sobre a moeda americana seria o aumento de insegurança derivada da instabilidade política, sentimento que, em geral, leva o investidor a buscar proteção no mercado de dólar.
Balanço do trimestre
No trimestre, é a aplicação em ações que lidera o ranking de rentabilidade, seguida pelo ouro. Dois ativos favorecidos diante dos juros baixos.
1º - Bolsa de São Paulo 11,73%
2º - Ouro 6,06%
3º - Fundos DI - média* 1,58%
4º - Fundos de renda fixa - média* 1,56%
5º - CDB - indicativo* 1,50%
6º - Caderneta 1,20%
7º - IPCA** 0,74%
8º - Dólar - 0,43%
* Rendimento bruto
** Estimativa