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Cuide das finanças pessoais

Rendimento melhor na renda fixa? Veja o que o mercado oferece

(*) Com Tom Morooka

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Por Regina Pitoscia
Atualização:

Um papel emitido por banco, um CDB que rende 123% do juro CDI.  Sabe lá o que é isso? Ainda que pareça uma sopa de letras, a mensagem parece ser tentadora e tem como objetivo atrair investidores que estão atrás de aplicações com rendimento diferenciado, que pagam mais que a caderneta de poupança ou a mirrada Selic de 7,50% ao ano. É taxa de momento que, de acordo com as estimativas do mercado financeiro, pode cair mais e fechar 2017 em 7%.

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Mas o que está por trás dessa oferta que não deixa de chamar a atenção? O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa que tem o rendimento balizado pelo juro CDI - um juro praticado entre bancos, na transferência de recursos de um para outro. Esse juro anda quase colado na taxa básica da economia, a Selic, rodando apenas um pouco abaixo dela. Portanto, qualquer margem acima desse nível de juros reforça a atratividade de um título.

Uma taxa de 123% do CDI é acenada, por exemplo, pelo CDBAgiplan, de carona na Black Friday e embalado pelo slogan 'Seu dinheiro rendendo é beeem melhor que desconto', oferecido pela Rico Investimentos Corretora de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM). O valor mínimo de aplicação é R$ 3 mil pelo prazo de 30 meses ou dois anos e meio.

Pelo juro CDI de 7,39% ao ano desta quinta-feira, esse CDB com juro pós-fixado (rendimento calculado no vencimento) e prazo de 900 dias renderia 9,1% bruto ao ano, considerando a permanência da Selic em 7,50%. Essa foi a conta feita por Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos.

Assim como várias plataformas de investimentos que atuam no mercado, a Rico negocia como intermediadora de títulos, papeis como CDB e letras de crédito emitidos por outras instituições financeiras. O investidor pode escolher títulos e letras de crédito - LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) - emitidos por aproximadamente30 instituições financeiras.

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Tão ampla quanto a diversidade de instituições é o porte delas, de médios a pequenos. A taxa de juros do papel depende do risco de crédito do emissor (o de a instituição financeira não conseguir pagar o resgate ao investidor no vencimento do título) e do prazo de resgate, diz Indech.

Como se convencionou que o risco de calote seria supostamente maior nos títulos emitidos por pequenos e médios bancos, a taxa de rentabilidade oferecida por eles costuma ser mais competitiva. Essas instituições precisam pagar mais do que os que grandes bancos de varejo, que levam vantagem por contar com ampla rede de agências para captação de recursos.

Para mitigar o risco de eventual perda, de forma geral quem aplica em CDB e letras de crédito tem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma entidade privada que administra o mecanismo de proteção aos investidores. Com reserva formada por recursos de contribuição de bancos, o fundo garante o ressarcimento no valor de até R$ 250 mil ao investidor, por CPF e banco, se a instituição financeira emissora do título tiver problema de caixa e não puder pagar o resgate.

A Rico não cobra custo de abertura e manutenção de conta e tampouco de intermediação do título. A aplicação é feita pelo site www.rico.com.vc. À elaboração do cadastro segue-se a abertura de uma conta que o cliente pode usar para a transferência de recursos para a compra do papel que quiser, com orientação ou não do profissional especialista da corretora.

A escolha deve considerar o valor disponível para aplicação, a avaliação de risco do emissor do título e principalmente o prazo de vencimento do papel. Se decidir resgatar antes do prazo, o investidor precisará encontrar um interessado para repassar o título, alerta o analista-chefe da Rico.

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O Banco Máxima negocia diretamente os títulos que emite - CDB e LCI -, que são encontrados também em corretoras de valores. A aplicação pelo banco é feita por meio do aplicativo Banco Máxima, store do celular, onde existe um passo a passo para a abertura da conta, ou diretamente em uma agência. O valor para aplicação é a partir de R$ 10 mil.

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Para esse volume, um CDB prefixado com prazo de um ano emitido pelo Máxima ofereceu nesta quinta-feira juro equivalente a 111% do CDI ou 7,75% bruto ao ano. No vencimento, após 12 meses, o investidor que tivesse aplicado R$ 10 mil receberia R$ 10.775,00 bruto, antes do desconto de imposto de renda.

Diferentemente do CDB, que tem o rendimento bruto tributado por alíquotas regressivas - 22,50% para aplicação de até 180 dias, 20% para aplicação de até um ano, 17,50% para aplicação de até dois anos e 15% para aplicação acima de dois anos -, a LCI é isenta de tributação para o investidor pessoa física.

A superintendente de Captação do Banco Máxima, Cláudia Seno, diz que para comparação de um e outro é preciso verificar até que ponto na equivalência o rendimento isento de uma LCI é mais atraente. "É possível que o CDB, mesmo tributado, seja mais interessante."

Para saber se se vale mais a pena uma LCI ou um CDB, não é preciso fazer a conta em uma calculadora. O site do banco tem um simulador que apura, para comparação, o rendimento líquido da letra e do título.

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