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O blog do Caderno de Oportunidades

Feiras têm espaços especiais para pequenos

Mercado que movimenta R$16,3 bilhões por ano na cidade de São Paulo oferece opções para que negócios menores possam participar

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Por Cris Olivette
Atualização:

 

Beni Piatetzky é diretor comercial e de marketing do Espaço de Eventos Pro Magno Foto: Estadão

A capital paulista recebe 48% dos eventos realizados por ano no País. Só o mercado de feiras e negócios é responsável por movimentar R$ 16,3 bilhões ao ano na cidade. Os dados são de estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), encomendado por entidades ligadas ao segmento.

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Segundo o diretor comercial e de marketing do Centro de Eventos Pro Magno, Beni Piatetzky, pequenos empreendedores estão conseguindo inserção no mercado de feiras graças a alguns facilitadores. "Eles podem contar com o apoio do Sebrae e de organizadores de feiras, para que possam ter uma primeira oportunidade de fazer negócios nesse ambiente."

Além disso, Piatetzky conta que no espaço Pro Magno há recursos tecnológicos de montagem que facilitam a participação, como os estandes básicos agrupados. "É um estande coletivo, no qual cada empresa usa dez metros."

Ele afirma que o Pro Magno foi construído com o objetivo de baratear a montagem e realização de eventos. "Esse diferencial de custo acaba sendo repassado pelos promotores de eventos aos expositores."

A fundadora da Santa Frescura Decoração, Isis Marion, já usufruiu do espaço e aprovou a experiência. "Sempre tive o sonho de participar de uma feira da Associação Brasileira das Empresas de Utilidades e Presentes - Abup Show. Antes, era inviável porque ela era realizada em outro espaço e o custo era inacessível para mim. Agora, ela mudou para o Pro Magno pude, enfim, participar."

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Isis Marion, dona da Santa Frescura Decoração Foto: Estadão

Isis diz que dividiu um estande com outra microempresa, a Silvia & Polito que faz bichos de pelúcia temáticos. "Compartilhamos o espaço e tivemos redução significativa do preço."

Segundo ela, o negócio foi criado há cinco anos, sem a pretensão de atender o mercado atacadista. "Fazíamos coisas de bebê para colocarmos em nossa loja, mas houve grande procura de interessados em revender os produtos. Hoje, cuido do atacado e minha mãe, da loja. Por enquanto, só participamos da Abup e da Ópera, que também é feita no Pro Magno."

Isis afirma que participar das feiras tem sido excelente. "Na Abup realizada em fevereiro, o porcentual de vendas a novos clientes foi acima de 60%. Em agosto, vou participar de outra edição, novamente dividindo com a Silvia, pois os nossos produtos são complementares. Quereremos um espaço um pouco maior porque na outra edição o estande ficou lotado o tempo todo."

A diretora da feira Fispal Food Service, que será realizada entre 14 e 18 de junho, Clélia Iwaki, conta que o evento mantém o Espaço do Empreendedor, justamente para permitir que micro e pequenos tenham acesso à feira voltada ao mercado de alimentação fora do lar.

"Fazemos isso para evitar que o evento seja um encontro de expositores grandes e médios, deixando os pequenos de fora por não terem capacidade de investimento", diz.

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Além trabalhar com valores 20% abaixo do custo normal, a organização entrega um estande básico já montado. "Achamos que o que tem de chamar a atenção do público é o produto, não o estande. Um estande de 9 m² custa a partir de R$ 6,3 mil."

Porta-voz da Fispal Food Service, Clélia Iwaki Foto: Estadão

 

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Ela conta que é possível parcelar o valor em até 12 vezes. "Os parcelamentos vão até o mês de realização da feira, por isso, os interessados têm de se programar com antecedência. Sei o quanto o parcelamento é importante para o fluxo de caixa da pequena empresa."

Clélia recomenda aos interessados que visitem a feira e tirem dúvidas com a equipe comercial do evento. A feira é só para profissionais do setor. Para fazer o cadastramento é preciso apresentar o número do CNPJ no balcão de credenciamento ou no site da feira.

A organizadora diz que o pré-credenciamento deste ano está 20% acima em relação a igual período de 2015. "Acredito que iremos manter o número de visitantes na casa dos 50 mil nos quatro dias do evento."

Clélia diz que vários empreendedores que iniciaram a participação na feira pelo Espaço do Empreendedor, hoje ocupam estandes próprios. Entre eles, Yoshi Aki Shinagawa, representante exclusivo da Sushi Top na América Latina.

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"Nos últimos dois anos participei da Fispal Food Service no espaço coletivo. Em 2016, terei estande próprio, onde poderei fazer demonstrações aos chefs para divulgar o produto."

Ele já foi sushiman e conheceu a máquina de fazer sushi em viagem ao Japão. "Em 2012, importei o primeiro conjunto de máquinas, com apoio de um sócio investidor e logo apareceu um interessado em comprá-lo. Em seguida, importamos cinco conjuntos, que também foram vendidos rapidamente."

Segundo ele, as máquinas suprem a necessidade de mão de obra, principalmente em cidades distantes de grandes centros, e contribuírem para evitar a ocorrência de LER. O custo para automatizar a produção de sushi parte de R$ 20 mil e pode chegar a R$ 120 mil. "Ela não substitui o sushiman, mas ajuda a aumentar a produção."

Yoshi Aki Shinagawa é representante da Sushi Top na América Latina Foto: Estadão

Shinagawa diz que 80 restaurantes japoneses estão automatizados no País. "O potencial é grande, afinal, dizem que no Brasil tem mais restaurante japonês que pizzaria. Em Porto Alegre, um cliente automatizou suas 15 lojas."

O fundador da Gats Baby Indústria de Sapatos, Lélio Mello conta que desde 2011 participa da feira Ópera, voltada a produtores de moda infantil, que ocorre no espaço Pro Magno. "A visitação é muito boa. Durante o evento, fechamos mais de 60% das vendas de nossas coleções."

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Mello conta que o negócio foi criado em 2010. "Desde o início, quando pesquisamos o mercado, vislumbramos que as feiras seriam a melhor opção para emplacarmos nossos produtos no mercado. Na época, havia três opções de feiras, sendo que a Ópera era a que tinha mais a ver com o nosso perfil."

Ele diz que o primeiro estande que montou tinha 15 m². "Hoje, ocupamos uma área de 40 m². É essencial que o mercado tenha opções de feiras com custo menor. Assim, quem está começando pode participar." Mello diz que antes de empreender era representante comercial da fábrica de sapatos pertencente ao seu sogro, e Thalita, sua mulher, era estilista de sapato feminino adulto.

Fundador da Gats Baby, Lélio Mello 

"Com o nascimento de nossa filha, Thalita viu que não havia no mercado modelos de sapatos infantis mais sofisticados. Ela passou a criar coleções elaboradas, a princípio, para crianças de seis meses a três anos."Hoje, a Gats Baby atende público de zero a 14 anos. "Aliamos o conforto ao design, seguindo as tendências da moda."

O empresário conta que eles são moradores de Franca, cidade que concentra muitas indústrias calçadistas.Todos da família trabalham no ramo de calçados. "Quando eu era representante comercial, via o quanto meu sogro tinha de investir para montar estandes em grandes feiras do segmento. Já a feira Ópera, tem outra filosofia. Os organizadores acreditam que o baixo custo investido no estande permite que os empreendedores façam mais investimento na marca. Nesse formato, o produto ganha destaque, não o estande."

Mello conta que ao nascer, o negócio tinha três funcionários diretos e quatro terceirizados. Hoje, são 42 funcionários contratados e 13 indiretos. "Estamos com um agente viajando pelo mundo para apresentar a marca. Até agora, fechamos pedidos na Nova Zelândia, Líbano e Estados Unidos", conta. Segundo ele, os sapatos da Gatas são decorados com pedrarias vindas da Áustria e papel Italiano é usado em aplicações no couro. "Mas temos versões com pedraria nacional. Só trabalhamos com materiais nobres."

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