PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

O blog do Caderno de Oportunidades

Negócio em má situação dá lugar a rede de R$ 50 mi

Por
Atualização:

Gustavo Freitas. Foto: Fernando Carvalho / Divulgação

Plínio Aguiar ESPECIAL PARA O ESTADO O caminho para o rio-pretense Gustavo de Freitas chegar a ser o sócio da rede Mercadão dos Óculos exigiu alguns desvios e determinação para ele dar vazão a sua "fome de empreender". E encontrar o sucesso.

PUBLICIDADE

Ele começou a trabalhar aos 16 anos de idade, em sua cidade natal, como auxiliar de vendas em uma loja de ferragens e de material elétrico. Ficou na empresa até os 18, quando entrou no curso de direito da Universidade de São José do Rio Preto. "Eu almejava o segmento jurídico, mas após o término da faculdade, eu me interessei mais pela área comercial." Foi o seu primeiro desvio de rota.

Esse interesse pela área começou meses antes de ele se formar, quando foi trabalhar como gerente comercial da Eden Plásticos. Com o trabalho exigindo muito dele, segundo conta, não tirou a certificação da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), um passo imprescindível para exercer a profissão.

"Não me arrependo de não ter tirado, mas até aconselho os empreendedores a fazerem o curso de direito, porque todo empresário precisa entender as leis, principalmente as do direito administrativo. Fez bem eu ter feito, porque me deu uma base melhor", afirma.

Aperfeiçoamento. Freitas, no entanto, não desistiu de estudar. Aos 24 anos, cursou um MBA em Gestão Empresarial na Fundação Getúlio Vargas, com o objetivo de ter "mais solidez" nas funções que desempenhava. Mas conta que não via "oportunidades de crescimento" na empresa, uma vez que exerceu o mesmo cargo por dez anos. "Não era o que eu imaginava para mim, então eu pedi demissão, porque eu queria ter o meu próprio negócio."

Publicidade

Deu-se, então, uma nova correção de rota. Apaixonado por pequenos negócios, achou que uma loja de óculos na sua São José do Rio Preto poderia ser a resposta para a "fome de empreender". Iniciou, então, negociações com o dono do estabelecimento. Conseguiu um contrato para fazer a expansão da marca na capital paulista, em 2009. Na época, Freitas pagou cerca de R$ 400 mil pelo franqueamento.

Concluída a expansão em 2011, desistiu de ser um master franqueado. "A minha vontade era continuar no franchising, mas não como master", diz.

Não demorou muito, achou o que queria: ao contrário do que qualquer candidato a empresário deseja, encontrou uma ótica que passava por dificuldades: o Mercadão dos Óculos. Essa dificuldade era, na sua visão, a oportunidade para redesenhar o negócio e, claro, ganhar com isso.

Em 2012, comprou a loja. "Confesso que não tinha a noção do tamanho de tudo que enfrentaria. A loja precisava de mais modelos de óculos, o balcão parecia o de uma cozinha e o atendimento era péssimo", recorda. E em diversos meses teve que desembolsar cerca de R$ 10 mil para sanar o prejuízo.

"A única saída era modificar o conceito do negócio", afirma. Ele convenceu o sócio e fundador da marca a viajar para Paris em busca de novas tendências e de fornecedores para alavancar o Mercadão de Óculos.

Publicidade

Eles também decidiram que o foco do negócio seriam as classes populares. E desenvolveram uma marca própria para a classe C da apresentadora Cris Flores, do SBT, que também é garota-propaganda da rede. Ao mesmo tempo, as lojas foram modernizadas e o atendimento qualificado.

PUBLICIDADE

Pouco a pouco, o conceito engrenou. Com tática agressiva nas mídias sociais, uma longa reforma e desenvolvimento de nova linha de produtos, o negócio decolou, com peças que chegam a custar R$ 239,00.

A rede está presente em 21 Estados com 162 lojas e Freitas persegue a marca de 250 unidades até o fim do ano. Somente no ano passado, a receita bruta da rede foi de R$ 50 milhões e para 2017 a estimativa é, segundo ele, de R$ 90 milhões.

Para chegar a esse ponto, Freitas diz que precisou abrir mão de vários momentos com a família e amigos para ficar trabalhando, pesquisando tendências e formas de atingir cada vez mais público. Mas não se arrepende. Por isso, diz que o caminho para ser empreendedor, e ter sucesso, é de muito esforço.

"É preciso trabalhar muito, ter muita perseverança, porque nada é fácil e tem de lutar pelo que se quer."

Publicidade

 

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.