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O blog do Caderno de Oportunidades

Novembro é mês de fortalecer lado empreendedor

Semana Global de Empreendedorismo tem por objetivo capacitar, inspirar e conectar pessoas que têm ou querem ter um negócio

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Por Cris Olivette
Atualização:

 

Gabriela Fernandez, que faz parte da equipe de pesquisa e mobilização do Instituto Empreender Endeavor, responsável pela organização do evento no País Foto: Estadão

Desde 2008, o mês de novembro é dedicado à realização da Semana Global de Empreendedorismo (SGE), na qual são realizadas atividades para inspirar e capacitar as pessoas, além de fortalecer e disseminar a cultura empreendedora e os negócios. Em 2013, o evento foi realizado em 150 países, teve mais de nove mil parceiros, 25 mil atividades e seis milhões de participantes.

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Criado na Inglaterra, a semana também ocorre no Brasil desde a primeira edição. "Já ganhamos três prêmios como o realizador da maior SGE do mundo, num total de 11 premiações em várias categorias", diz a coordenadora nacional da SGE, Gabriela Fernandez, que faz parte da equipe de pesquisa e mobilização do Instituto Empreender Endeavor, responsável pela organização do evento no País.

O tema da semana deste ano é a importância de superar obstáculos. "Reconhecemos que empreender no Brasil é muito difícil, por isso, nosso mote é: não deixe nenhum obstáculo ser maior do que o seu sonho."

Gabriela afirma que, atualmente, os eventos no País são feitos ao longo de todo o mês. "Transformamos as ações em um movimento pela causa do empreendedorismo, por considerá-lo um motor de transformação e de desenvolvimento econômico e social. Ao longo do mês, tem coisas acontecendo diariamente no Brasil todo." A lista de atividades está no site www. semanaglobal.org.br .

Para esta edição, foi criado o prêmio dirigido à educação empreendedora. "Queremos dar luz aos casos de sucesso e criar um banco de boas práticas. Essa é uma de nossas bandeiras."

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A outra, é o ambiente regulatório que, segundo ela, consiste na principal barreira para empreender no Brasil. "Vamos lançar um abaixo-assinado pela mudança do processo de transição do Simples Nacional. Estamos conversando com o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, e com outros grandes agentes. Ao saírem do Simples, as empresas passam a pagar quase 50% a mais de impostos, segundo o próprio ministro. E 62% delas se tornam inadimplentes no período de dois anos."

A coordenadora afirma que a aprovação da proposta de transição poderá gerar cerca de cinco milhões de novos empregos e R$ 95 bilhões na forma de salários vindos de empregos diretos e indiretos. "Por conseguinte, haverá o fortalecimento das empresas, alavancagem da exportação e ganhos de produtividade." Sua expectativa é de que a SGE 2014 atraia mais de dois milhões de pessoas. "Também esperamos obter 100 mil assinaturas para o abaixo-assinado."

O Senac-SP está entre as centenas de parceiros da Endeavor que estarão oferecendo atividades. "Empreender é um desafio cotidiano. Por isso, empreendedorismo faz parte de todos os cursos que oferecemos. Neste ano, programamos 250 atividades distribuídas por 63 unidades do Estado. Esperamos atrair mais de 20 mil pessoas", diz a técnica da área de empreendedorismo, Valquíria Rizo.

Ela conta que além de envolver alunos e professores do Senac, o evento é aberto ao público em geral. "A participação é gratuita, mas requer inscrição, que deve ser feita no site da SGE. Entre as atividades, teremos ex-alunos que se tornaram empreendedores e darão depoimentos sobre suas trajetórias."

As irmãs Andrea e Renata Godoy, são sócias na Detox Market Foto: Estadão

As irmãs Andrea e Renata Godoy, sócias na Detox Market, pretendem mostrar ao público a importância de criar um negócio na área com a qual se tem identificação. "O principal é escolher uma atividade pela qual tenha amor, assim terá bastante motivação, porque é preciso trabalhar muito", diz Andrea.

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Graduadas em hotelaria pelo Senac, elas trabalharam durante dez anos na pousada e SPA da família. "Depois, sentimos necessidade de ter nosso negócio. Antes de definir a área de atuação, fomos morar fora. Ficamos dois anos na Austrália. Em seguida, Renata passou uma temporada na Califórnia. Lá, conheceu a dieta do suco."

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Ao voltar ao Brasil, decidiram montar a Detox Market, que vende uma dieta à base de suco. "O know how que adquirimos no SPA contribuiu muito para criarmos o negócio." Em pouco mais de um ano de operação, Andrea diz que já tem mais de cinco mil clientes e que a produção triplicou, assim como o número de funcionários. "Investimos R$ 500 mil e já obtivemos o retorno. Temos uma médica bioquímica que define os ingredientes dos sucos de acordo com as estações do ano", diz.

Empresa vende serviço de combate à insalubridade

A Artemisia, aceleradora de negócios que oferecem produtos ou serviços para melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda, é membro do conselho nacional da Semana Global de Empreendedorismo (SGE), e vai oferecer atividades de capacitação e disseminação do conceito de negócios de impacto social.

O Programa Vivenda é um exemplo de empresa acelerada pela Artemisia, e poderá inspirar os participantes do evento a empreender e, ao mesmo tempo, contribuir para melhorar as condições de vida das pessoas.

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Fernando Assad, um dos proprietários, conta que seus sócios trabalharam dez anos na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) realizando projetos de urbanização de favelas. "Tenho uma empresa de consultoria que foi contratada pela CDHU para um trabalho de pós urbanização de um favela. Nos conhecemos lá."

Conversando, eles concluíram que havia uma lacuna no setor de melhoria habitacional. "Há poucas iniciativas voltadas ao déficit habitacional qualitativo, que melhore a casa já existente. Moradores de favelas que passaram por processo de urbanização têm, da porta para fora, uma rua asfaltada, saneamento, praça etc. E da porta para dentro, a casa continua úmida, sem ventilação, sem iluminação. Por não haver solução acessível e escalável, resolvemos criar a Vivenda."

A empresa entrou em operação em janeiro de 2014. As obras começaram em maio. "Até o momento fizemos 47 reformas. Antes, durante o projeto piloto, conduzimos dez reformas."

Segundo Assad, as obras de habitações populares esbarram em problemas de financiamento, mão de obra, compra de materiais e assistência técnica. "Todas essas questões, fazem com que as reformas sejam eternas. A família compra material aos poucos, quando sobra um pouco de dinheiro. Quando chove, perde o investimento. A obra fica cara e demorada, podendo custar até 30% a mais."

A empresa atua com kits para reformas baseadas em soluções integradas e oferece assessoria técnica, elaboração de projeto e mão de obra especializada. "São quatro kits destinados à reforma de banheiro, revestimento, ventilação ou contra a umidade. O custo fica entre R$ 1,5 mil e R$ 4 mil e pode ser parcelado em 12 vezes. Nosso objetivo é resolver problemas de insalubridade, que comprometem a saúde de idosos e crianças."

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Hoje, o escritório está instalado na comunidade do Jardim Ibirapuera, periferia da zona sul de São Paulo. Assad avalia que em dois anos o modelo estará consolidado e poderá ser replicado no formato de franquia para outras comunidades.

Biólogos reduzem impactos de eventos

Vitor Yuki, um dos sócios da Greenhub, que oferece logística e soluções sustentáveis para minimizar impactos ambientais provocados por grandes eventos Foto: Estadão

Por trás de grandes eventos como Lollapalooza, Universo Paralello Festival, Copa das Confederações, Mostra Black e Adventure Sports Fair está a Greenhub. Comandada por um time de biólogos, a empresa oferece logística e soluções sustentáveis para minimizar impactos ambientais.

"Cuidamos da destinação correta dos resíduos gerados pelo público e fazemos projetos para compensar o gás carbônico emitido nessas ocasiões, entre outros serviços", diz Vitor Yuki, um dos sócios.

Formado em biologia pela USP e com pós-graduação em gestão de negócios pelo Senac, o empresário será um dos palestrantes das atividades organizadas pela entidade durante a Semana Global de Empreendedorismo (SGE).

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"Vou dizer ao público que a vontade de empreender deve resistir, mesmo que todos falem que não vai dar certo. Por mais clichê que isso seja, esta é uma verdade. Primeiro, a ideia deve ser validada tecnicamente e operacionalmente. Para isso, a formação ajuda muito, principalmente em administração."

Yuki diz que depois é só seguir em frente, colocando um prazo para que o negócio dê certo. "Ficamos dois anos batendo a cabeça até chegar ao modelo atual. Minha especialização em gestão de negócios foi fundamental para tornar o negócio rentável", afirma.

Segundo ele, inicialmente a Greenhub oferecia consultoria ambiental. "Mas em paralelo, sempre trabalhei com produção de eventos. Um dia, um cliente para o qual tinha feito um evento, me procurou pedindo ajuda para solucionar um problema. Ele faria um evento no Anhembi e não tinha conseguido uma empresa para recolher os resíduos. Se não fizesse isso no prazo, seria multado. Disse que daríamos um jeito. Eu e meus dois sócios fomos lá para separar os resíduos e uma cooperativa fez a retirada."

Ele diz que neste dia, eles mudaram o foco do negócio, que deixou de ser voltado para a biologia aplicada e passou a focar a sustentabilidade nos grandes eventos. "Com o tempo, incluímos a compensação de carbono e agregamos valor ao gerenciar fornecedores do setor de limpeza dentro dos eventos. Todo esse trabalho associado à nossa marca atrai a atenção de patrocinadores, que bancam a ação com o objetivo de mostrar ao público que eles se preocupam com ações sustentáveis", diz.

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