PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

O blog do Caderno de Oportunidades

'Onde existe ameaça, existe oportunidade'

Em busca de desafios, executivo trocou a presidência de uma grande empresa para abrir seu próprio negócio

Por blogs
Atualização:
 Foto: Estadão

Rodolfo Mondoni Com pouco mais de 30 anos, Paulo Gastão já ocupava o principal cargo executivo da maior companhia de cobranças da América Latina, mas resolveu largar tudo em busca de novos desafios. Descontente com a escolha dos proprietários de não vender a empresa, Gastão assinou um contrato com a Hoepers, companhia do mesmo segmento, mas que possuía um faturamento de apenas 6% da empresa a qual administrava.

PUBLICIDADE

"Reduzi meu salário em 40%, meus amigos me chamavam de louco. Mas sentia vontade de buscar algo em que acreditava para me dedicar ao máximo", relembra. Em quatro anos, Gastão conseguiu fazer o faturamento saltar de R$ 500 mil ao mês, para R$ 4 milhões. Em 2009, o executivo se preparava para assumir a presidência da Hoepers, quando decidiu dar outra virada em sua carreira e abrir seu próprio negócio.

"Estava muito madura a minha vontade de ser fornecedor desse mercado em que eu estava vivendo havia mais de 25 anos", afirma o hoje proprietário da PG Mais Resultados, empresa que oferece produtos e soluções em canais de comunicação (telefone, carta, e-mail, SMS, URA e business analytics) atuando com foco no setor de crédito e cobrança.

As reviravoltas sempre estiveram presentes na vida do empresário. Seus pais eram cobradores de ônibus, e ele começou a trabalhar muito cedo, vendendo sorvete nas ruas de Curitiba e, depois, amendoim em estádios de futebol. Aos 13 anos, teve seu primeiro emprego de carteira assinada e aos 18 decidiu ir à Brasília para servir o Exército, mas não se acostumou com a rotina das forças armadas.

De volta a Curitiba, conseguiu um emprego na Ultracred e dois anos depois foi promovido a gerente. Os planos de contingência e as restrições ao crédito levaram a empresa a sair do Brasil e foi assim que Gastão chegou ao Grupo Unidos, onde trabalhou 11 anos, antes de ir para a Hoepers, última companhia para qual atuou antes de abrir seu próprio negócio.

Publicidade

Mesmo com toda sua experiência no mundo corporativo, Gastão não abriu seu negócio da noite para o dia. Cláusulas contratuais impediram seu desligamento, o que não lhe permitia ter outro emprego. Resolveu, então, aproveitar o tempo para se atualizar. Fez cursos no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e conversou com alguns empresários e clientes para ver a viabilidade do negócio. De acordo com o o empresário, esse período de planejamento foi fundamental para o sucesso do negócio.

"Fiz reservas financeiras, para viver dois anos sem fazer retirada do negócio. Vivi tempestades que sem capital de giro próprio, não teria conseguido."

Cinco anos após a criação da empresa, o desafio agora é continuar crescendo, mesmo com o fraco desempenho da economia brasileira. Um dos segredos para enfrentar um período de crise, segundo Gastão, é uma mudança de atitude.

"Onde existe ameaça, existe oportunidade. É preciso focar nas oportunidades." O momento leva também à necessidade de fazer mais com menos. "Nossos clientes precisam falar de maneira mais assertiva com seu público, que pode ser formado por diferentes gerações. Nosso trabalho é conhecer a preferência de cada uma delas", ressalta.

Percebendo a mudança de perfil dos clientes e as novas demandas geradas pela crise, a empresa tem concentrado seus esforços em criar e aprimorar seus canais de comunicação.

Publicidade

Nos últimos meses houve uma grande migração dos clientes para os canais digitais, que chegam a ser 90% mais baratos. Em dois meses o número de e-mail dobrou e de SMS cresceu 40%. Explorando o conceito de "multicanalidade", a empresa projeta alcançar neste ano 750 milhões de contatos, contra 500 milhões realizados em 2014. E o faturamento deve ser algo em torno de R$ 80 milhões, alta de 20% em relação ao ano anterior, segundo Gastão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.