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'Produto deve ser saudável, prático e saboroso'

Diretor de empresa familiar de alimentos revela estratégia para crescer nesse ramo

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Cristiano Grings, diretor da Grings Alimentos Saudáveis Foto: Estadão

Quando nos anos 1980 o casal Edite e Altamiro Grings e seus três filhos mudaram de São Paulo para a pequena Águas da Prata, no interior do Estado, na região da Serra da Mantiqueira, a família não imaginava que algumas receitas dela e o hobby do marido em apicultura iriam dar origem à Grings Alimentos Saudáveis.

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O começo foi informal: ela fazia pão integral, arroz integral, granola e outros produtos saudáveis, enquanto Altamiro dedicava-se à extração do mel em paralelo ao seu trabalho como funcionário público. Com o tempo, acabaram investindo de maneira informal na comercialização de alimentos funcionais, além do mel.

Em 1998, depois da aposentadoria de Altamiro, a família decidiu expandir e formalizar o negócio. Aproveitaram parte do pequeno galpão que era utilizado pelo pai para manipular produtos apícolas. Passaram, então, a produzir granola e a embalar produtos naturais como arroz integral e aveia em flocos com a marca Grings.

"Nessa época, eram dois ou três funcionários, o processo era bem rudimentar, manual. A automatização veio de acordo com o crescimento do mercado e o aumento do volume", conta Cristiano Grings, diretor da empresa e um dos filhos de Altamiro.

Em 2007, os sócios, todos da família, já sabiam que era necessário a empresa se expandir. "Em 2010, demos um grande salto para a Grings: nós pleiteamos uma área no distrito industrial de São João da Boa Vista (município vizinho a Águas da Prata), conseguimos e lá construímos nossa planta, que tem 2.400 m² e foi implantada em 2012", diz o diretor.

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De acordo com ele, a empresa é bem conservadora financeiramente. "Por isso, sempre trabalhamos com recursos próprios." Mas a implantação da planta levou a Grings a recorrer a bancos.

Estratégia. Com a nova área, a empresa pôde reformular e aumentar suas linhas e mudar suas embalagens. "Nós focamos no desenvolvimento de produtos, modernização de embalagens, investimento em divulgação nas mídias sociais e trabalho em pontos de venda como ações de degustação e de abordagem", afirma Cristiano.

Desde a inauguração da nova fábrica, a empresa já colocou no mercado a linha matchá, que é o chá verde premium, e a linha de quinua semipronta, entre outras. "Hoje, o foco da empresa é o desenvolvimento de novos produtos, sempre baseado no tripé saudável, prático e saboroso."

Cristiano diz que apesar de o ano não ter sido fácil, continua investindo no aumento de novos produtos. "Planejamos ter mais 100 itens no portfólio em dois anos. Hoje, temos 85 itens", afirma o diretor, lembrando que a produção total da companhia soma 80 toneladas.

Para dar conta da fabricação, a Grings tem atualmente 38 funcionários. Seu principal mercado é o Sudeste brasileiro, embora também venda para as demais regiões do País.

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"Temos vários canais de venda como o e-commerce, não com loja virtual própria, mas por meio de alguns parceiros que têm e-commerce. Também temos o canal verde, que são as lojas de produtos naturais, um segmento que cresce muito e estamos conseguido ampliar nossa atuação nesse canal. E estamos no varejo, com supermercados principalmente." Cristiano conta que outro segmento que tem dado espaço para alimentos saudáveis é o de hortifrutigranjeiros.

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De acordo com o empresário, quase 90% de suas mercadorias são feitas com produtos que têm origem no território brasileiro. "Mas também temos a quinua, que só tem produtividade nos Andes, o amaranto, o matchá que vem do oriente, da Ásia."

Embora não cite números absolutos, quando se trata de faturamento, ele afirma que a empresa vem crescendo numa faixa de 30% nos últimos cinco, anos. "E mesmo com a situação atual, temos esse objetivo para 2017."

Ele reconhece que além das medidas de gestão adotadas, ao mesmo tempo, o segmento de produtos saudáveis cresce de maneira geral, para todos, há muitos anos. "Logicamente isso nos ajuda. Esse mercado cresceu muito", afirma.

O bom desempenho do ramo atrai mais concorrência. Ele diz como enfrenta a situação. "Nossa função como empresa de nicho é sempre chegar na frente com as novidades."

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A empresa continua sendo totalmente família, mas já despertou interesse no mercado. "Tivemos sondagens de grupos de investimento, mas essa conversa não avançou."

Sendo um negócio familiar, os Grings já recorreram a uma consultoria para fazer um trabalho interno de "relação entre os sócios". "Há alguns anos, uma irmã saiu da sociedade e vimos a necessidade de fazer esse trabalho, porque realmente numa empresa familiar é importante trabalhar essa relação entre sócios e família."

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