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35 mil estão em férias na Zona Franca

Número equivale a 30% dos trabalhadores do polo industrial de Manaus, também afetado pela desaceleração da economia

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Atualização:

Texto atualizado às 18h10 de 29/06/15

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Mais de 30% dos trabalhadores da Zona Franca de Manaus estão ou vão entrar em férias coletivas nos próximos dias. Cerca de 35 mil funcionários dos setores de eletroeletrônicos, duas rodas e itens de informática terão as atividades suspensas, a maioria em razão da fraca demanda por esses produtos, decorrente da desaceleração da economia brasileira.

Segundo o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), mais de dez empresas estão dispensando os trabalhadores nesse período, algumas em razão da sazonalidade de seus produtos - caso das motocicletas - e outras em razão do baixo desempenho das vendas.

Só a Samsung tem 5 mil trabalhadores em férias por duas semanas desde segunda-feira. Toda a produção de televisores, celulares, notebooks, impressoras e monitores está parada.

A empresa afirma ser “sazonal” a parada neste período do ano e que também suspendeu as atividades em anos anteriores.

Mais de 30% dos trabalhadores da Zona Franca de Manaus estão ou vão entrar em férias coletivas nos próximos dias Foto: Estadão

Entre outras empresas que também darão férias, segundo a Ciem, estão Microsoft, Honda, Yamaha e Technicolor. Os períodos de parada variam de duas semanas a um mês. “Não é normal esse movimento tão forte de parada nesse período do ano”, diz o presidente da Ciem, Wilson Périco.

Ele ressalta ainda que, neste ano, cerca de 20 mil trabalhadores do polo industrial de Manaus foram demitidos. No fim do ano passado as indústrias locais empregavam 125 mil pessoas e hoje são cerca de 105 mil.

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Só no segmento de TVs, o faturamento no varejo com as vendas caiu 28,8% de janeiro a abril, segundo o instituto GFK. As vendas de motocicletas caíram 17,8% no mesmo período, informa a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo).

Veículos. Na indústria automobilística há cerca de 30 mil trabalhadores fora das fábricas, de acordo com cálculos da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfevea). O número equivale a quase 22% de toda a mão de obra das montadoras.

Desse total, cerca de 5 mil estão em lay-off (com contratos de trabalho suspensos por até cinco meses). As vendas de veículos caíram 20,9% de janeiro a maio. Só o segmento de caminhões teve retração de 42,4%. Nesta quinta-feira, a Mercedes-Benz confirmou que colocará em lay-off 75 funcionários - de um total de 750 - da fábrica de caminhões em Juiz de Fora (MG). Esse grupo retorna em dezembro e outro, em número parecido, será dispensado, informa o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, João César da Silva.

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O sindicato também negociou com a direção da Mercedes que os trabalhadores não terão aumento real em 2016 (o reajuste deste ano já estava acertado) e que a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) será de R$ 5 mil neste ano, ante R$ 6,5 mil no ano passado. 

Siderurgia. Em razão da baixa demanda por seus produtos, empresas dos setores de mineração e siderurgia também estão adotando medidas de corte de produção. A Gerdau vai suspender temporariamente os contratos de 100 funcionários em Charqueados (RS) a partir da primeira quinzena de julho, por cinco meses. A Vale dará férias coletivas a 170 operários em Brumadinho e Sarzedo (MG) em julho.

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