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Mais de 85% das famílias brasileiras estão insatisfeitas com a economia

Confiança do consumidor recuou 5,3% em setembro ante agosto e atingiu o menor nível em dez anos, aponta a FGV; apenas 9,3% dos consumidores manifestaram a intenção de comprar bens duráveis nos próximos seis meses

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

RIO - A insatisfação dos consumidores com a situação econômica atual não para de piorar. O indicador atingiu, em setembro, o mínimo histórico de 17,8 pontos, de acordo com a Sondagem do Consumidor divulgada nesta quinta-feira, 24, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Apenas 3,0% das famílias classificam o momento como "bom", enquanto 85,2% respondem que a situação está "ruim".

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 5,3% em setembro ante agosto, ao menor nível já visto na série, iniciada em setembro de 2005. Em todas as faixas de renda, dos mais ricos até os mais pobres, a confiança está no patamar mínimo dos dez anos de pesquisa completados este mês.

Insatisfação com a economia faz o consumo recuar Foto: Charlie Brewer/Flickr

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"A queda do ICC em setembro decorre da deterioração dos fatores que vêm determinando a piora das expectativas ao longo dos últimos 12 meses: enfraquecimento da atividade econômica, com reflexo crescente no mercado de trabalho, aceleração da inflação e aumento da incerteza. Para mudar esse cenário será necessária uma sucessão de boas notícias no front econômico e da atenuação das tensões no ambiente político", avalia a economista Viviane Seda, coordenadora da Sondagem, em nota oficial.

O resultado de setembro foi influenciado tanto pela percepção sobre o momento atual quanto pela perspectiva em relação ao futuro. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 6,0% ante agosto, ao passar de 71,4 pontos para 67,1 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 5,4% no período, de 86,7 pontos para 81,1 pontos, principalmente devido ao menor apetite para compra de bens duráveis. Ambos os indicadores estão em mínimas históricas.

A intensidade do recuo também chama a atenção. Trata-se da maior queda desde janeiro deste ano, quando o indicador cedeu 6,7% frente a dezembro de 2014. O resultado deste mês foi puxado tanto pelo Índice de Situação Atual (ISA), que caiu 6,0%, quanto pelo Índice de Expectativas (IE), com queda de 5,4%.

Se no ISA, a maior influência negativa veio da percepção sobre o momento da economia, no IE o impacto partiu da intenção de compra de bens duráveis para os próximos seis meses. Apenas em setembro, o apetite dos consumidores diminuiu 8,5% na comparação com agosto, dando continuidade à trajetória de queda vista nos últimos sete meses.

De acordo com a FGV, apenas 9,3% dos consumidores manifestam intenção de comprar mais bens duráveis nos próximos seis meses, enquanto 46,5% dizem que as aquisições devem diminuir nesse período. O levantamento abrange amostra de mais de 2,1 mil domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 01 e 21 deste mês.

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