PUBLICIDADE

A Bitcoin não é mais a única criptomoeda disponível

O mercado das criptomoedas enlouqueceu, e apesar de todo o foco na bitcoin, sua capitalização hoje representa apenas um terço do mercado

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Tudo começou como uma piada. A Dogecoin foi lançada em 2013 como paródia da bitcoin, usando como mascote o cãozinho da raça Shiba inu, um meme popular na Internet. Nunca foi realmente usada, salvo para pagamentos online e um dos seus fundadores acabou desistindo dela. Mas recentemente seu valor disparou: em sete de janeiro o valor em dólar de todas as Dogecoins em circulação alcançou a soma de US$ 2 bilhões, sinal de como os mercados das criptomoedas enlouqueceram. E também um lembrete de que, apesar de todo o foco na bitcoin, ela não é mais a única moeda disponível. Sua capitalização de mercado hoje representa somente um terço do criptomercado.

PUBLICIDADE

+ Investir em bitcoin? Pergunta persiste em 2018

Uma nova criptomoeda nasce quase que diariamente, muitas vezes por meio de uma ICO (oferta inicial de moeda), um tipo de financiamento coletivo online. O website CoinMarketCap, listou cerca de 1.400 moedas digitais ou tokens, incluindo a UFO Coin, PutinCoin, Sexcoin e InsaneCoin (equivalente a US$ 7 milhões). Muitas não são mais do que curiosidades, mas em 10 de janeiro, cerca de 40 delas tinham uma capitalização de mercado de mais de US$ 1 bilhão.

Uma nova criptomoeda nasce quase que diariamente, muitas vezes por meio de uma ICO (oferta inicial de moeda) Foto: Dado Ruvic/Reuters

A primeira da lista, depois da Bitcoin, é a Ethereum, que atingiu uma capitalização de mercado de US$ 137 bilhões. O motivo da sua fama é que ela é também uma plataforma para “contratos inteligentes” – regras comerciais condensadas em software. Muitos tokens de ICOs, por exemplo, são emitidos por esse tipo de contrato. Seu sucesso tem atraído outras imitações: Cardano (US$ 20 bilhões) e NEO (US$ 8 bilhões), uma versão chinesa.

+ Brasileiros cruzam a fronteira para montar fábrica de bitcoin no Paraguai

A Ripple também vem desafiando a gravidade e é muito popular na Coréia do Sul, que esta semana agitou os criptomercados com planos de proibir negociações de câmbio com ela. A Ripple disponibiliza software para movimentação de dinheiro entre países: mais de 100 bancos aderiram à tecnologia baseada numa moeda chamada XRP. Sua capitalização de mercado saltou mais de 40.000% em 2017, alcançando quase US$ 149 bilhões em quatro de janeiro, antes de uma queda para US$ 78 bilhões. O que ainda deixa Chris Larsen, co-fundador da Ripple um dos homens mais ricos do mundo, pelo menos em papel digital.

+CELSO MING: Da prata à sequência de dados, a moeda está em mutação

Publicidade

Moedas menos conhecidas também estão criando asas. Monero (US$ 6 bilhões) e a Zcash (US$ 2 bilhões) focam na privacidade. Stellar (US$ 9,8 bilhões) desenvolveu um sistema de transferências de fundos mais barata que é usado por entidades beneficentes, particularmente em países pobres. IOTA (US$ 10,1 bilhões) permite que máquinas conectadas troquem informações e pagamentos em segurança. E temos ainda a Bitcoin Cash (US$ 46 bilhões) cujos fundadores romperam com a bitcoin em agosto de 2017 porque não estavam satisfeitos com a maneira como era administrada.

+ Interesse de bolsas de valores em bitcoin pode atrair fundos

Algumas dessas moedas poderão um dia substituir a bitcoin como moeda de reserva no mundo das criptomoedas, o que alguns conhecedores do assunto chamam de “flippening”? Diante dos problemas de governança da bitcoin (outra “bifurcação” ou divisão pode estar no horizonte)e a capacidade limitada (uma transação hoje implica quase US$ 30, em media, de taxas) isto não pode ser excluído. Mas as outras moedas também têm problemas. As taxas para o usuário da Ethereum dispararam e o sistema de novo apresentou imprevistos técnicos. Como no caso da Ripple, alguns questionam a forma como os XRPs são realmente usados.

PUBLICIDADE

Não importa o que venha a ocorrer, o mercado só vai ficar mais congestionado. A Kodak, vítima arquetípica da revolução digital, pretende entrar no criptomercado: em nove de janeiro a companhia anunciou que vai lançar uma moeda que permitirá aos fotógrafos cobrarem por seus trabalhos. Mais ambiciosa será a ICO do serviço de mensagens Telegram, com 180 milhões de usuários: a empresa espera levantar US$ 1,2 bilhão e lançar um token chamado Gram que poderá ser usado pagar uma série de serviços, desde armazenamento online até redes privadas virtuais.

Mesmo o Facebook começa a pensar em criar um token. Caso a maior rede social do mundo venha a lançar sua moeda, a liderança da bitcoin pode estar com seus dias contados./TRADUZIDO POR TEREZA MARTINHO

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.