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A resistência da economia americana e o Brasil

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Por Redação
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A economia americana cresceu à taxa anualizada de 4%, no segundo trimestre, segundo dados preliminares do Departamento de Comércio - acima dos 3% esperados. A alta contrastou com a queda de 2,1% do primeiro trimestre, decorrente do inverno rigoroso. A expansão foi de 0,9% no semestre e poderá atingir 2% neste ano. São notícias animadoras, mas a revista The Economist de 19 de julho notou que a recuperação americana após a crise 2008/2009 é a mais fraca do pós-guerra. Com o reaquecimento da atividade na União Europeia (UE), o comércio mundial poderá crescer 4,7% neste ano e 5,3% em 2015, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC). Analistas de mercado acreditam que a economia americana superará a taxa potencial de crescimento, de 1,75% ao ano. Mais seguro quanto ao futuro, o Federal Reserve (Fed) anunciou o corte de mais US$ 10 bilhões em compras de títulos no mercado, que agora passarão a ser de US$ 25 bilhões/mês. Mas manteve a taxa básica de juro perto de zero, até que o ritmo de crescimento seja consistente. A melhora no emprego, com a contratação de cerca de 200 mil trabalhadores por mês, refletiu-se no crescimento de 2,5% do consumo, que responde por 2/3 do PIB. Só a renovação de estoques das empresas ajudou o PIB com 1,66 ponto. Foi importante o impulso do investimento privado, das exportações e dos gastos do governo, com mais verbas para a infraestrutura. A melhora da economia americana favorece o Brasil, que pode exportar mais para o maior mercado do mundo. Ao contrário da China, os Estados Unidos não importam do Brasil apenas produtos básicos, mas manufaturados e semimanufaturados. Há temores de que a retomada americana diminua o ingresso de capitais no Brasil, necessário para o equilíbrio cambial. Esse risco parece maior quanto a investimentos diretos e menor quanto a aplicações de curto prazo. A incógnita é quando o Fed elevará o juro básico, pois a recuperação já tem impacto sobre a inflação nos Estados Unidos, que avançou 0,5 ponto porcentual entre o primeiro e o segundo trimestres, de 1,4% para 1,9% ao ano. Mais do que as preocupações com aspectos financeiros, o fortalecimento da economia dos Estados Unidos e de outros países industrializados deveria estimular a promoção de reformas destinadas ao aumento da produtividade brasileira, permitindo ao País aproveitar as oportunidades que surgem.

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