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Acentua-se o declínio do uso de cheques

O uso de cheques bancários poderá eventualmente desaparecer? A hipótese de que esse instrumento de pagamento deixe de existir no mercado no futuro, pelo menos em transações envolvendo pessoas físicas, já é objeto de estudos nos países desenvolvidos, em razão do velocíssimo avanço dos meios de pagamento digitais desde meados da década de 1990.

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Por Redação
Atualização:

O Brasil está acompanhando de perto essa evolução. Apesar da multiplicação do número de contas correntes ativas no País, que quase triplicou, passando de 39 milhões em 1995 para 108 milhões em 2015, o total de cheques compensados caiu 79,84% no período, deixando a casa dos bilhões e ficando em 755,8 milhões, de acordo com dados do Serviço de Compensação de Cheques (Compe), divulgados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

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Vem igualmente caindo o número de cheques devolvidos por falta de fundos, embora seu valor tenha crescido 5% em 2015 em relação ao ano anterior. De qualquer forma, o crescimento do valor desses cheques permaneceu bem abaixo da inflação em 2015 (10,67%).

Tudo isso é resultado da popularização crescente das transferências financeiras por meio de computador ou de telefones celulares e o uso cada vez mais intenso dos cartões de crédito e de débito. Pesquisa realizada pela Febraban com oito grandes bancos revelou que as operações realizadas por internet banking ou mobile banking responderam por 58,5% do total de operações no ano passado, proporção que não ia além de 50% em 2014.

Com o aumento da utilização de cartões de crédito e de débito, ficou longínquo o período em que compras a prazo eram feitas com cheques pré-datados, que muitos estabelecimentos comerciais hoje rejeitam. Tornou-se praxe nos últimos anos o uso de cartões não só para pagamentos à vista, como para parcelamento de compras diversas. Isso não evita a inadimplência, mas o risco é transferido do vendedor para as instituições emissoras de cartões.

O uso dos novos meios de pagamento tem sido de grande conveniência para consumidores e empresas. É preciso notar, porém, que eles representam igualmente redução substancial de custos operacionais para as instituições financeiras. Estas têm investido bastante em segurança contra fraudes praticadas por golpistas ou hackers. Seu maior risco atualmente são os assaltos a caixas eletrônicos, facilitados por falhas notórias de segurança pública.

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