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Acionista americano processa Braskem em NY

Investidor alega que preços das ações foram inflados, uma vez que a empresa está envolvida no escândalo da Petrobrás

Por Stefânia Akel
Atualização:

O acionista americano da Braskem Douglas Peters entrou nesta quarta-feira com uma ação na Corte de Nova York contra a Braskem, alegando que supostos “atos incorretos e omissões” da empresa fizeram com que as ADRs da companhia fossem negociadas com preços inflados artificialmente entre 1° de junho de 2010 e 11 de março de 2015. Segundo o texto do processo, ao qual o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, teve acesso, a Braskem teria registrado comunicados e documentos “falsos e enganosos” na SEC, a CVM americana, durante esse período, posteriormente sendo envolvida na Operação Lava Jato, ao ser citada nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousef.

Braskem teria registrado comunicados e documentos 'falsos e enganosos'na SEC, a CVM americana Foto: Daniel Teixeira/Estadão

“Após essa notícia, as ADRs da Braskem caíram mais de 20%, ou US$ 1,80 por ADR, em 11 de março de 2015. Na realidade, a Braskem pagou propina para comprar matéria-prima mais barata da Petrobrás entre 2006 e 2012”, diz a ação. Peters pede compensações da Braskem e de executivos citados na ação.Na lista. Os executivos Bernardo Afonso de Almeida Gradin (presidente da Braskem entre 2008 e 2010), Carlos Fadigas (atual presidente da petroquímica), Marcela Drehmer Andrade (ex-diretora Financeira da Braskem e atual diretora Financeira da Odebrecht) e Mário Augusto da Silva (atual diretor Financeiro da petroquímica) são citados como réus no processo. O presidente executivo da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi preso no mês passado, acusado pelo Ministério Público de ter papel importante no escândalo. “Como resultado dos atos incorretos e das omissões dos réus, as ADRs da Braskem foram negociadas a preços artificialmente inflados durante o class period (período da ação), e o requerente e outros membros da ação sofreram perdas e danos significativos”, alega o acionista no processo. O texto diz ainda que os acionistas lesados são tão “numerosos” que seria “impraticável” que todos se juntassem à ação. No entanto, o escritório de advocacia americano Scott+Scott, que representa Peters, tem convocado outros acionistas da Braskem entre 1° de junho de 2010 e 11 de março de 2015 a se identificarem até 31 de agosto. Procurada, a Braskem informou que não foi notificada de “qualquer pleito indenizatório nos EUA” e que, portanto, não comentaria o assunto.Repercussão. Nesta quarta-feira, a ação da companhia fechou com queda de 4,85% após a notícia de que o acionista americano Douglas Peters entrou com a ação na Corte de Nova York contra a Braskem. 

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