PUBLICIDADE

Acionistas da Varig aprovam venda da VarigLog

Por Agencia Estado
Atualização:

A assembléia de acionistas da Varig aprovou nesta sexta-feira a venda da subsidiária VarigLog para o fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson por US$ 38 milhões. Segundo participantes da reunião, houve quatro votos de acionistas minoritários contrários à operação, entre eles a Interunion, de Artur Falk. A Fundação Ruben Berta (FRB), que detém 87% do capital votante, se manifestou favorável à aprovação da venda mas recomendou a aprovação do negócio pelo colégio deliberante da entidade. "O colégio tem a maturidade e firmeza para tomar todas as melhores decisões para o futuro da Varig", afirmou o presidente do Conselho de Curadores da FRB, Osvaldo César Curi. Ele não soube dizer, porém, quando o colégio será convocado. Com os sete curadores do conselhos divididos entre aprovar ou não a venda, até o último momento tentou-se suspender a assembléia - o que não foi possível por causa das regras das companhias abertas. A posição da FRB foi fechada faltando dez minutos para o início da assembléia e causou perplexidade entre muitos membros do colégio deliberante, formado por cerca de 145 funcionários eleitos diretamente. Apesar de se manifestarem favoráveis à venda, os curadores jogaram a decisão para o colégio. Pelo estatuto da fundação, os curadores têm autonomia para decidir, mas essas decisões precisam posteriormente ser sancionadas pelo colégio. Desta vez, porém, é o colégio que vai ter de decidir sobre a aprovação do negócio em si. Para o vice-presidente do Conselho de Administração da Varig, Eleazar de Carvalho Filho, a venda da VarigLog "é o primeiro passo do plano de recuperação" e dará fôlego financeiro à companhia durante a fase de recuperação judicial. O plano de recuperação será apresentado à Justiça do Rio de Janeiro na segunda-feira (12), às 10 horas. Amanhã a versão final do plano será apresentada aos administradores da Varig e à Fundação Ruben Berta pelo banco UBS, responsável pela parte financeira. O plano inclui a renegociação das dívidas com credores privados, empresas estatais e trabalhadores, e também os caminhos a serem traçados para recuperar operacionalmente a empresa, como a venda de controle e de ativos, aumento de capital social e demissões, entre outros. Demissões - Segundo uma alta fonte na Varig, a parte operacional, elaborada pela consultoria Lufthansa, prevê a manutenção da frota nos níveis atuais, mas com a demissão de aproximadamente 30% do quadro de funcionários do grupo, que hoje é de 17,8 mil. O plano prevê ainda a redução de salários de determinadas categorias. "É preciso fazer tudo da forma menos traumática, mas não há milagres", disse a fonte. De acordo com líderes sindicais, os dirigentes da Varig já deram diversos sinais de que haverá cortes e redução de salários. "Se o compromisso é fazer a companhia se recuperar e crescer, não me parece uma boa atitude demitir. A demissão de um piloto, por exemplo, tem um custo altíssimo", afirma a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio. Sobre a recomendação do conselho de curadores da FRB a favor da venda da VarigLog, Graziella afirma que este é um sinal de que eles (curadores) estão "distantes da base". "Os trabalhadores são contra o fatiamento da empresa. Ao recomendar a venda para o colégio decidir, eles mostram também que temem assumir a responsabilidade pela indicação do conselho de administração".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.