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Ações da Oi disparam quase 10% com reestruturação

Expectativa do mercado é de que companhia comece a renegociar nos próximos dias sua dívida de R$ 54,9 bilhões

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Por Redação
Atualização:
Oi tem enfrentado problemas de alto endividamento Foto: WERTHER SANTANA | ESTADÃO

A expectativa de que o processo de reestruturação das pesadas dívidas da operadora Oi, a quarta maior do País, comece nos próximos dias deu impulso às ações da companhia ontem na Bolsa. Os papéis ordinários, que chegaram a atingir pico de alta de 20% durante o dia, encerraram ontem com elevação de 9,76%, cotados a R$ 0,90, a maior alta do Índice Bovespa.

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O banco americano Moelis, contratado para renegociar com os credores internacionais, conforme antecipou o Estado no dia 18, vai começar nos próximos dias o trabalho de “due diligence” (auditoria) na tele, que tem dívida bruta de R$ 54,9 bilhões, dos quais 70% com credores internacionais. Quase metade desse valor tem vencimento até o fim de 2017.

A operadora tem pressa para fechar um acordo e evitar, assim, um pedido de recuperação judicial, o que não está totalmente descartado pela Oi.

Fontes próximas à operação disseram que a Oi iniciará conversas para reestruturar US$ 14 bilhões em bônus (títulos da dívida). Ainda de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, a Oi e sua assessora PJT Partners, contratada no fim do ano passado, devem se reunir com um grupo de cerca de 25 detentores de bônus, incluindo Pacific Investment Management, BlackRock e Citadel. A reestruturação da dívida da Oi seria a segunda maior da América Latina, atrás da cimenteira mexicana Cemex, com um endividamento de cerca de US$ 15 bilhões em 2009; e quase três vezes acima dos US$ 5,2 bilhões da OGX Petróleo Óleo e Gás, do Grupo X (do empresário Eike Batista), há dois anos, de acordo com dados compilados pela Thomson Reuters. 

Em comunicado ao mercado ontem, a Oi informou que a contratação do Moelis tem o objetivo de dar um “passo inicial para discussões produtivas e ágeis relativas aos termos de uma potencial reestruturação de suas dívidas”. Também afirmou que “pretende concluir sua reestruturação de dívida rapidamente” e acredita que as negociações com um único comitê representativo dos titulares de bônus “irá permitir concluir a reestruturação de dívida de forma ágil”. A empresa, porém, não deu detalhes sobre o cronograma pretendido.

Analistas de mercado afirmaram, contudo, que a estrutura complexa de dívida pode tornar difícil uma resolução rápida. A Oi tem quase 200 diferentes detentores de bônus que vão desde o Brasil e os Estados Unidos à Suíça e ao Chile. Cerca de dez empresas de bônus que não entraram no grupo assessorado pelo banco Moelis contrataram a assessoria financeira independente da Houlihan Lokey, dos EUA, para formar outro grupo, de acordo com uma fonte a par do assunto. 

Possibilidades. Para evitar o pior cenário, que é entrar com pedido de recuperação judicial, a empresa vai tentar fazer um acordo extrajudicial com os credores e pedir uma carência para os bancos, segundo informações obtidas pelo Estado com fontes próximas ao assunto. Outra possibilidade seria converter parte das dívidas com os credores em “equity” (ações da empresa), disse uma fonte.  Aposta de “campeã nacional”, a Oi está em busca de alternativas para sobreviver. Em 2013, a operadora anunciou fusão com a Portugal Telecom, mas a transação sofreu vários reveses. A última cartada era um aporte do fundo russo LetterOne vinculado a uma consolidação com a TIM Brasil, controlada pelo grupo Telecom Itália, que foi descartado em fevereiro. COM INFORMAÇÕES DA REUTERS

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