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Advent levanta fundo de US$ 2,1 bi para investir na América Latina

Apesar da piora no cenário econômico do Brasil, fundo da gestora americana é o maior já captado para a região

Por Catia Luz e Monica Scaramuzzo
Atualização:
Demanda foi o dobro da esperada pelo fundo, diz Patrice Etlin, da Advent Foto: José Patrício/Estadão

A gestora americana Advent anunciou ontem a captação de US$ 2,1 bilhões para investir em empresas da América Latina, sobretudo, no mercado brasileiro. "Levantamos esses recursos em menos de seis meses, em tempo recorde. O momento eleitoral não foi problema. Inclusive, estava em processo de finalização do negócio no domingo (dia 26 de outubro), em pleno segundo turno", disse ao 'Estado' Patrice Etlin, sócio-diretor do Advent na América Latina.

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Esse fundo, batizado de Lapef VI, seguirá a mesma linha estratégica dos anteriores da Advent, com investimentos em empresas de setores como saúde, infraestrutura e logística portuária, educação, varejo, consumo e lazer. A última captação da gestora foi em 2010, de US$ 1,65 bilhão. "Conseguimos reunir 73 investidores institucionais, 100% estrangeiros, que estão olhando o Brasil no longo prazo (12 anos). Tivemos uma demanda muito maior que a esperada", disse.

De acordo com Etlin, cerca de 60% dos recursos captados serão investidos no Brasil, outros 20% na Colômbia e o restante distribuído entre México, Peru e Argentina. "O objetivo é que a Advent tenha participação relevante em empresas, com voz ativa na gestão", explica Etlin. Até o fim do ano, a gestora espera concluir três transações. São operações no Brasil, México e Colômbia, sendo duas delas na área de logística e uma em serviços bancários.

Nos últimos meses, o fundo de private equity -- que compra participações em empresas para vender, no futuro, com lucro - protagonizou vários negócios, como a aquisição do controle da varejista de moda Dudalina em parceria com o fundo Warburg Pincus, anunciada em dezembro do ano passado, e a compra da farmacêutica United Medical, por meio da empresa colombiana Biotoscana, controlada pela gestora, operação realizada em fevereiro deste ano. Em agosto, foi a vez de a gestora a entrada na Cataratas do Iguaçu S.A., concessionária que administra os parques nacionais do Iguaçu, de Fernando de Noronha e da Tijuca. Por fim, no mês passado, a Advent uniu a Dudalina à Restoque, dona da marca Les Lis Blanc.

Desafiador.

No cenário de desaceleração econômica observado no País, poucos fundos private equity conseguiram concluir captação de recursos. O Pátria Investimentos foi um deles. Em agosto, levantou US$ 1,8 bilhão, valor até então considerado recorde, para investir em empresas de médio porte. A meta era captar US$ 1,5 bilhão. O Gávea, do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, captou, por sua vez, US$ 1,2 bilhão, segundo fontes de mercado.

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