PUBLICIDADE

Publicidade

Além de bancos, varejo e operadoras se protegem de calotes

Empresas de capital aberto trabalham com cenário de aumento na inadimplência ao longo do ano que vem

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A expectativa de piora na economia provocou uma corrida das empresas de capital aberto, que construíram um colchão bilionário para se protegerem de uma possível alta nos calotes. O movimento não é só de bancos, mas também de empresas de varejo e de telecomunicações. As companhias estão se protegendo da possibilidade de que mais clientes percam o emprego e, por isso, tenham dificuldade em honrar compromissos nos próximos meses.

PUBLICIDADE

No terceiro trimestre, a inadimplência das pessoas físicas subiu em um ritmo que surpreendeu até bancos como o Itaú. E o pico está longe de ser alcançado. A expectativa é que alguma melhora no índice só apareça em 2017.

O sinal amarelo nos calotes fez os grandes bancos elevarem em R$ 16 bilhões o saldo de provisões para devedores duvidosos em apenas um trimestre. As reservas de Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander superaram a marca de R$ 112,5 bilhões.

Entre os bancos médios, os números também mostram o medo da inadimplência. Para o Daycoval, o índice vai subir por causa do cenário “absolutamente desafiador”.

O reforço nas provisões, segundo o professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), Marcos Piellusch, é importante e esperado para as empresas neste ano. Com inflação e desemprego em alta, o atraso das pessoas físicas vai aumentar por causa de maiores gastos recorrentes com luz, água, telefone, plano de saúde e mensalidades escolares.

Além dos bancos. As companhias de varejo também têm visto subir a inadimplência em seus produtos financeiros. O Magazine Luiza, que tem a maior parte de suas operações de crédito numa joint venture com o Itaú, teve de aumentar as provisões apesar de ter reduzido a carteira de crédito ao consumidor em 35,5%. Na Renner, as provisões agora equivalem a 12,3% da careteira total de credito, contra 10,1% do mesmo período de 2014.

No setor de educação, além do cenário macroeconômico, houve o impacto das mudanças no Fies, programa de financiamento à educação superior do governo federal. Kroton, Ser Educacional e Anima estão entre as que reforçaram as provisões para calotes.

Publicidade

Outro segmento que não passou ileso foi o de telecomunicações. A Telefônica Vivo passou a ser mais rigorosa na gestão de inadimplência e cobrança. Com isso, as previsões subiram 27,5% de julho a setembro, em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 349,4 milhões. “Estamos aplicando políticas rígidas para que a inadimplência não cresça”, justificou o presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish, em teleconferência.

As despesas com provisões foram o destaque da alta dos gastos operacionais da Oi no trimestre, ao subirem 29,5% em 12 meses, para R$ 181 milhões. A empresa fechou o período de julho a setembro com prejuízo superior a R$ 1 bilhão.

(Informações de Aline Bronzati, Cynthia Decloedt, Dayanne Sousa, Fernanda Guimarães e Lucas Hirata, da Agência Estado)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.