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Alguns sinais positivos nos dados do crédito

Na comparação com o mês anterior, os dados de março mostram aumento de 0,4% do crédito para habitação e de 28,5% no financiamento de veículos para pessoas físicas

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Por Redação
Atualização:

Embora alguns deles sejam divergentes, é possível ver nos dados do relatório de política monetária e de operações de crédito do Banco Central (BC) sinais animadores. A alta de 2,7% no crédito livre em março, na comparação com fevereiro, parece indicar maior disposição das famílias e das empresas de tomar recursos para consumir ou investir. Na comparação com o mês anterior, os dados de março mostram aumento de 0,4% do crédito para habitação e de 28,5% no financiamento de veículos para pessoas físicas.

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Ressalve-se, porém, que os dados acumulados nos três primeiros meses ainda são ruins, se comparados com os do primeiro trimestre do ano passado. Também o crédito para as pessoas jurídicas continua em queda. No trimestre, a redução foi de 1,9%. O crédito para capital de giro diminuiu em março, na comparação com o mês anterior, fato que se repete há tempos. Em 12 meses, o estoque total de crédito diminuiu 2,7%.

O relatório mostra também relativa estabilidade dos índices de inadimplência e pequena queda do spread médio, que é a diferença entre a taxa cobrada dos clientes e o custo de captação pelos bancos. As taxas de juros caíram em média 0,1% no crédito total de fevereiro para março, mas há um caso excepcional.

De dezembro a março, a taxa básica de juro fixada pelo Comitê de Política Monetária do BC, a Selic, foi cortada em mais de 10% – de 13,75% ao ano para 12,25%; no momento, está em 11,25% ao ano –, mas o juro médio cobrado no rotativo do cartão de crédito não parou de subir. Em março, alcançou 490,3% ao ano, acima da média de 487,8% em fevereiro e de 484,6% em dezembro. Qualquer dessas taxas é espantosamente alta, se comparada à Selic e à inflação.

É possível, porém, que finalmente ela esteja começando a baixar, pois desde o dia 3 de abril estão em vigor as regras aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional que impõem limites ao financiamento automático, a custos exorbitantes, para o usuário do cartão que deixa de pagar o valor integral de sua fatura mensal. Agora, o saldo não quitado será transferido para outra modalidade de crédito, a ser acertada pela operadora e pelo usuário, com juros menores, de acordo com as expectativas do BC.

Só se saberá o real efeito dessa mudança dentro de um mês, quando o BC divulgar os números de abril.

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