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Alimentos pressionam menos a inflação

Feijão e arroz são responsáveis pelo recuo na aceleração da inflação em agosto

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Por Redação
Atualização:

As despesas com alimentação das famílias de baixa renda (de um a dois salários mínimos e meio por mês) tiveram alta de 0,39% no mês passado, menor do que a de 0,66% registrada em julho, segundo o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com isso, a variação do indicador recuou de 0,34% em julho para 0,20% em agosto. Dois itens essenciais na mesa do brasileiro, o feijão e o arroz, contribuíram para esse recuo, pois seus preços, que haviam subido 12,99% em julho, aumentaram bem menos em agosto (1,26%).

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A decisão tomada em junho pela Câmara de Comércio Exterior de zerar a alíquota do Imposto de Importação do feijão para aumentar a oferta, embora correta, não foi decisiva para conter a alta do produto. Os estoques nos principais países fornecedores (Argentina e China) estão baixos, o que tornou inviável a importação na escala necessária para influenciar os preços internos. Mas a medida contribuiu para inibir a especulação com o produto, cujo consumo também diminuiu.

Quanto ao arroz, as importações procedentes do Paraguai e da Argentina vêm subindo mês a mês, suprindo adequadamente o mercado, não havendo motivo para reajuste dos preços. A depender da região produtora, o País continua exportando o produto.

Além da elevação menos acentuada dos preços dos alimentos básicos, verifica-se que o consumidor de mais baixa renda vem gastando menos com vestuário, calçados, educação, leitura e recreação e despesas diversas. No item habitação, que pesa bastante no orçamento das famílias, não houve variação pelo segundo mês consecutivo. Entre os preços que compõem esse item os destaques foram a queda das contas de eletricidade (de -1,93% em julho e de -1,37% em agosto) e a alta menor de eletrodomésticos e equipamentos (de 0,64% para 0,04%). Os dois únicos grupos que registraram variação mais desfavorável em agosto foram Transportes (de -0,06% para 0,20% no período considerado), em razão do aumento de tarifas de ônibus urbano, e Comunicação (de -0,15% para -0,05%), por causa do uso maior de celulares.

Os mais pobres têm sido os mais penalizados pela inflação. Com o resultado de agosto, o IPC-C1 acumula alta de 5,85% no ano e de 9,29% nos últimos 12 meses até agosto. Este indicador, porém, faz supor uma desaceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE.

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