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Anefac apura queda nos juros bancários, mas taxas ainda são altas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) informou hoje que todas as taxas bancárias apresentaram recuo no mês passado, com exceção das taxas aplicadas nos descontos de duplicata para pessoa jurídica, que subiu em fevereiro na comparação com janeiro. Segundo o presidente da Associação, Miguel Oliveira, o juro do cartão de crédito atingiu em fevereiro o patamar mais baixo desde o início da pesquisa. Em janeiro, a taxa do cartão de crédito era de 10,36% ao mês (226,39% ao ano). No mês passado, o juro passou para 10,08% ao mês (216,59% ao ano), apurando uma queda de 2,70% entre as taxas. Além do cartão de crédito, os juros do comércio, o cheque especial e o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ostentam as menores taxas desde 1995. No comércio, a queda foi de 0,97% - o juro passou de 6,16% ao mês (104,89% ao ano) em janeiro para 6,10% ao mês (103,51% ao ano) em fevereiro, o patamar mais baixo desde janeiro de 1995. Em relação ao cheque especial, a redução foi de 0,47%, passando a taxa de 8,51% ao mês (166,46% ao ano) em janeiro para 8,47% ao mês (165,29% ao ano) em fevereiro. A Anefac calculou ainda que a diminuição das taxas utilizadas pelo CDC dos bancos foi de 7,80%. Os juros, que estavam em 3,59% ao mês (52,69% ao ano) em janeiro passaram para 3,31% ao mês (47,81% ao ano) em fevereiro. No empréstimo pessoal em bancos, a taxa caiu em 3,78%. Esta redução trouxe a taxa de 6,09% ao mês (103,28% ao ano) em janeiro para 5,86% ao mês (98,05% ao ano) em fevereiro. Trata-se do menor patamar desde dezembro de 2003. No empréstimo pessoal em financeiras, houve uma redução de 6,95% nas taxas de juros, fazendo com que a linha passasse a ter variação de 11,92% ao mês, a menor desde maio de 2002. Em janeiro, o juro nessa linha de crédito estava em 12,81% ao mês. Motivos para a queda Segundo Oliveira, foram cinco os motivos que levaram à redução dos juros. O primeiro citado foi a queda no índice de inadimplência, anunciada hoje pela Serasa. A expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá reduzir a Selic, a taxa básica de juros da economia, amanhã ou, no máximo, na reunião de abril, também colaborou, segundo o presidente da Anefac. "Além disso, ajudou também a pressão do governo sobre os bancos para detectar porque houve aumento das taxas em um momento em que não houve aumento da Selic", argumentou Oliveira, que também citou a própria "gordura" das taxas e a demanda fraca do comércio como causas das reduções. Juros ainda elevados Apesar da queda dos juros, é importante perceber que as taxas ainda estão em patamares muito elevados. Para se ter uma idéia, a taxa média de juros para pessoas física está em 7,62% ao mês, o que significa juros anuais de 141,39%. Neste ano, a meta de inflação para o ano é de 5,5%, o que significa uma variação extremamente inferior aos juros cobrados de pessoa física.

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