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Anglo American compra parte da MMX por R$ 5,5 bi

Por Nicola Pamplona
Atualização:

A mineradora inglesa Anglo American acertou a compra, por R$ 5,5 bilhões, de parte do grupo brasileiro MMX, controlado pelo empresário Eike Batista. O negócio deverá ser anunciado amanhã antes da abertura do pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A multinacional já era sócia de Batista, com 49% da MMX Minas-Rio, um dos principais projetos de mineração e logística da companhia brasileira. Ao final do primeiro semestre de 2007, o valor de mercado da companhia estava próximo dos R$ 8 bilhões. Procurada pela reportagem, a MMX não quis comentar a operação, na qual os grupos vêm recebendo assessoria dos bancos UBS e Goldman Sachs, pelo lado da Anglo American, e Credit Suisse e Itaú BBA, pelo lado da MMX. Não está claro, porém, se a Anglo American ficará com ações do grupo de Batista ou comprará maior participação em alguns dos projetos de mineração do grupo, que incluem ainda a MMX Corumbá e a MMX Amapá - esta última, com 30% nas mãos da americana Cleveland Cliffs. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, Batista não venderá o controle da companhia. No dia 10 de janeiro, a MMX enviou nota de esclarecimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) negando informações publicadas na imprensa sobre a venda de ações de seu controlador. "Não é verdade que o sr. Eike Batista esteja negociando a venda de 20% das ações da MMX pelo preço de US$ 1,8 bilhão", dizia o texto, assinado pelo diretor-geral e de relações com investidores da companhia, Rodolfo Landim. O mesmo comunicado, porém, admitia conversas com possíveis investidores. "Tendo em vista o dinamismo do mercado mundial de mineração, a MMX e sua administração constantemente avaliam a viabilidade financeira de negócios, associações e investimentos diversos, discutindo-as com participantes da indústria, assessores financeiros e demais especialistas de sua confiança." A MMX começou a ganhar forma no final de 2005, com a incorporação de direitos de mineração adquiridos pelo grupo de Eike Batista no Amapá e em Minas Gerais - que hoje integram o complexo Minas-Rio. Em abril de 2007, a empresa incorporou ativos em Corumbá e a MMX Metálicos. Os principais projetos foram negociados com parceiros estratégicos. Além da venda de parte da Minas-Rio para a Anglo American, a companhia vendeu 30% da MMX Amapá para a americana Cleveland Cliffs. No caso de Corumbá, as negociações com um sócio ainda estão em curso. Em 2006, a companhia protagonizou a maior oferta inicial de ações da Bovespa, arrecadando cerca de R$ 1 bilhão. Em setembro, o capital da MMX estava dividido da seguinte maneira: 68% das ações nas mãos do acionista controlador e dos administradores da empresa e 32% negociados em bolsas de valores. A empresa prevê investimentos de US$ 3,9 bilhões para colocar os projetos em operação. Hoje, apenas a mina de Corumbá está em plena atividade. No Amapá, o primeiro carregamento de minério foi feito este ano. No último dia 15, a MMX anunciou a compra, por US$ 125 milhões, da Mineradora Minas Gerais (Minerminas), que produziu, em 2007, 700 mil toneladas de minério de ferro. Além da mineradora, Eike controla companhias nos setores de petróleo (OGX), logística (LLX), energia (MPX) e siderurgia (EBX) - o X no final, segundo o empresário, teria o poder de multiplicar os negócios. A MPX está em processo de abertura de capital, caminho que deve ser seguido também pela OGX.

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